Manaus, 2 de maio de 2024
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Esportes

Conselho de Ética pune Wallace Souza com cinco anos de suspensão

Decisão unânime da Cecob suspende Wallace Souza por cinco anos. Também foi punido o presidente em exercício da CBV

Conselho de Ética pune Wallace Souza com cinco anos de suspensão

Wallace está suspenso por cinco anos e ficará de fora das Olimpíadas de 2024 (Foto: Reprodução/Instagram)

Manaus (AM) – O jogador de vôlei Wallace Souza teve sua pena de suspensão das quadras aumentada para cinco anos na terça-feira (2). O atleta deveria cumprir uma penalidade de 90 dias fora das quadras, mas junto ao time Sada/Cruzeiro e a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) resolveu encurtar a pena em alguns dias, jogando a final da Superliga Masculina de Vôlei contra o Minas, no domingo (30).

Souza foi condenado a uma suspensão de 90 dias em fevereiro ao publicar em sua rede social, no dia 31 de janeiro de 2023, uma enquete sobre “dar um tiro na cara” do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente em exercício da confederação, Radamés Lattari Filho, também foi suspenso de todas as atividades esportivas vinculadas ao COB e seus filiados por um ano.

A decisão ainda ganhou apoio integral da Advocacia-Geral da União (AGU) que divulgou nota à imprensa na terça-feira (2). (Confira no final da matéria)

Afronta à decisão

A nova pena foi uma decisão unânime do Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (Cecob) que considerou a entrada de Souza em quadra como uma afronta. O presidente em exercício da CBV, Radamés Lattari Filho, também foi suspenso de todas as atividades esportivas vinculadas ao COB e seus filiados por um ano.

O jogador entrou em quadra, sendo xingado por alguns torcedores, nos momentos finais da partida, a intenção do time era que Souza marcasse o ponto final que daria a vitória ao Sada/Cruzeiro.

Após a partida o Sada/Cruzeiro publicou no Instagram “Quis o destino que o último ponto, o do título e o que fechou a temporada, viesse das mãos de Wallace!. Se você torceu contra este momento, pense apenas um pouquinho”, disparou em declarada crítica a pena imposta pelo Cecob e aos torcedores que se posicionaram contra a escalação.

Fora da Seleção

A decisão de punir severamente Wallace foi assinada pelo conselheiro relator Ney Bello, também desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Por unanimidade, os conselheiros do COB afirmam que a CBV “não apenas utilizou-se de artifícios para descumprir a decisão do Comitê Olímpico do Brasil, como permitiu a inscrição do atleta em jogo por ela promovido, desconsiderando decisão da entidade”.

A decisão do Cecob também determina que o Comitê Olímpico Internacional (COI) seja comunicado formalmente sobre as sanções aplicadas. Para Wallace as coisas só pioram. A primeira decisão, de fevereiro, já o afastava por um ano da seleção brasileira principal. Agora com a suspensão por cinco anos, também deve ficar fora dos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.

Nota sobre o caso Wallace

“A Advocacia Geral da União (AGU) manifesta integral apoio à decisão do Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (CECOB) de aplicar novas penalidades à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), seus dirigentes e a Wallace de Souza após o descumprimento de suspensão imposta pela entidade esportiva ao atleta.

A AGU ingressou com representação por infração ético-disciplinar junto ao COB após Wallace Souza promover enquete em plataforma digital sobre “dar um tiro na cara” do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em 31 de janeiro deste ano. Assim como a entidade olímpica, a Advocacia-Geral entende que atletas devem manter conduta responsável e zelosa dentro e fora das quadras, pelo exemplo e fonte de inspiração que representam para milhares de pessoas, em especial para novas gerações. Tal fato é ainda mais notório no ambiente digital, onde atletas alcançam uma audiência muito maior que o cidadão comum, justamente em virtude de seu sucesso desportivo.

AGU também acredita que o incentivo ao ódio e à intolerância não podem ser relativizados ou normalizados, sob pena de se fomentar um ambiente fértil para a reprodução de atos violentos e criminosos que merecem o mais absoluto repúdio não só das instituições públicas e entidades ligadas ao esporte, mas de toda a sociedade. É na direção contrária, da paz, que se almeja sempre caminhar.

Por fim, a AGU realizará o acompanhamento e auxiliará o cumprimento, no que couber, dos aspectos da decisão do CECOB que envolvem medidas a serem tomadas pelos órgãos da administração pública federal.”

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