Foto: Eduardo Prado/FVS-RCP
MANAUS, AM – 89% dos casos de covid-19 detectados no estado do Amazonas, atualmente, são causados pela variante Delta (B.1.617). A informação foi confirmada nesta quarta-feira (27) por meio de comunicado de risco da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).
O alerta da FVS-RCP foi feito em comunicado do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Amazonas (Cievs-AM), com base em um estudo realizado pelo Instituto Leônidas e Maria Deane – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Amazônia). O estudo foi publicado na última terça-feira (26).
No estudo, a Fiocruz Amazônia sequenciou amostras de novos resultados de exames RT-PCR, que detectam o novo coronavírus, coletadas entre os meses de julho e outubro, processadas no Laboratório Central do Estado do Amazonas (Lacen-AM). O resultado do sequenciamento mostrou 173 novas amostras da variante Delta, e duas amostras confirmadas para a Variante de Interesse (VOI) Mu.
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O número representa uma progressão alarmante, visto que no último alerta emitido pelo Cievs-AM, em outubro, haviam apenas 24 casos da variante delta. Desde o mês de agosto, quando a FVS-RCP confirmou o primeiro caso da variante Delta no Amazonas, já foram detectados 197 casos desta variante, além de quatro casos da variante Mu. Esta última foi encontrada pela primeira vez em Tabatinga, no Alto Amazonas, com três casos no mês de agosto, e um caso em Manaus, no mês de setembro.
Já a variante Delta tem a maior parte dos seus casos concentrada em Manaus. Na capital, são 176 casos, além de 13 em Parintins, 3 em Maués, 2 em Manacapuru, e apenas 1 nos municípios de Fonte Boa, Itacoatiara e São Paulo de Olivença.
Resultado e medidas
De acordo com o coordenador de Vigilância Genômica do laboratório da Fiocruz, Felipe Naveca, a frequência da variante Delta aumentou progressivamente no período. De apenas 1% em julho, a Delta passou a responder por 6% dos casos em agosto, 40% em setembro, e 89% dos casos na primeira quinzena de outubro.
“Os números mostram um claro aumento da frequência de Delta no Amazonas, que passou a ser dominante, substituindo a linhagem Gama (P1), em aproximadamente dois meses desde a sua primeira detecção no estado, na data de 21 de julho”, destaca o pesquisador. Apesar disso, conforme observado por Naveca, a substituição da variante Gama pela Delta não foi acompanhada de aumento no número de casos confirmados de Covid-19 notificados no Amazonas.
A diretora-presidente interina da FVS-RCP, Adriana Elias, salienta que o estágio avançado da vacinação no Amazonas tem impedido o aumento de casos confirmados da covid-19, principalmente em relação à transmissão comunitária da variante, encontrada pela primeira vez no Reino Unido. “É importante lembrar que o novo coronavírus continua em circulação no estado, e o surgimento de mutações pode acontecer, porque se trata da evolução do vírus. Por isso, é tão importante que as pessoas façam adesão à vacinação contra Covid-19 que é a principal arma para conter a pandemia, inclusive enfrentar a variante Delta”, disse Adriana Elias.
No entanto, segundo a gestora, um ponto que pode agravar e aumentar o número de casos é o período chuvoso no Amazonas, que começou já em outubro. A mudança no clima representa um período de sazonalidade para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), associada à covid-19, que pode levar a complicações clínicas da doença.
“A chegada do inverno amazônico e a proximidade das festas de fim de ano são momentos em que há tradicionalmente aglomeração de pessoas. Por isso, seguimos insistindo que é preciso continuar avançando com a vacinação contra Covid-19 para que não haja aumento exponencial de casos, em especial com a predominância da variante Delta”, alerta Adriana Elias.
(*) Com informações da assessoria.
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