Manaus, 4 de maio de 2024
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Manaus, 4 de maio de 2024

Cidades

Crise nas maternidades tem repercussão nacional, mas governo ignora responsabilidade

Jornal Nacional veiculou matéria sobre o fim de semana de desespero das mães nas maternidades por falta de técnicos de enfermagem e enfermeiros

Crise nas maternidades tem repercussão nacional, mas governo ignora responsabilidade

Governador Wilson Lima em entrevista a uma rádio local nesta segunda-feira, 16 (Foto: Reprodução)

O caos na maternidade Ana Braga e na saúde em geral, com ‘greve’ de técnicos de enfermagem e de enfermeiros terceirizados por falta de pagamentos neste final de semana, foi parar no Jornal Nacional, em matéria jornalística veiculada na noite desta segunda-feira, 16, com depoimentos de mães que tiveram que assumir a situação, mesmo sem conhecimento técnico, para tentar salvar bebês recém-nascidos e prematuros.

Apesar da grande repercussão da crise generalizada, o governador Wilson Lima (PSC) não reconhece a responsabilidade do Estado e, em declaração na manhã desta segunda, afirmou que vai representar criminalmente os trabalhadores que faltaram ao trabalho, imputando-lhes a culpa pelo final de semana de terror nas maternidades do Estado.

Ao contrário, em entrevista a uma rádio local na tarde desta segunda, Wilson Lima revelou planos para 2020 direcionados ao sistema de saúde e limitou-se a falar sobre a crise que assola o setor. 

“De fato é uma questão que eu tenho acompanhado de perto, muitos problemas que temos foi resultado do que herdamos, dos arranjos que foram feitos”. Segundo ele, houveram muito desperdícios com descontrole de medicações, gastos elevados, mas, apesar deste cenário, seu governo conseguiu avançar para melhor neste primeiro ano de gestão.

O plano de ação do governador, informado em entrevista, para evitar o descontrole na saída de medicação, com a otimização do controle interno das unidades de atendimento médicos será a implantação do sistema “Gsus”. Em relação ao plano para evitar a falta de profissionais terceirizados que não comparecem ao plantão por falta de pagamento Wilson não comentou.

Planos para 2020

Como plano governamental pretendido para 2020, o governador espera normalizar até março ou abril do ano que vem sair do limite máximo e em 2021 alcance o limite prudencial do Estado, com o enxugamento “da máquina” se referindo ao trabalho do poder público, sem a intenção de mexer nas secretárias e nem nos funcionário comissionados.

Para obras e otimização nas estruturas, Wilson disse que recadastramento dos servidores público no Banco Internacional do Desenvolvimento (BID), agendado para janeiro, irá contribuir para uma correção e redução na folha de pagamento. Ocorrerá uma ampliação no Hospital Pronto Socorro João Lúcio e Maternidade Balbina Mestrinho, com ampliação e aumento de leitos, uma obra de implantação de um hospital no município de Manacapuru e a pavimenta da AM010.

De acordo com o governador, parte dos recursos destinadas para essas obras será de emenda de bancada federal, com aporte inicial de 250 milhões de reais, mas a obra toda poderá custar um total de 600 milhões.

Técnicos Punidos

Questionado sobre a falta dos técnicos de enfermagem em duas maternidades de Manaus, que não foram trabalhar por falta de pagamento, Wilson Lima tornou a confirmar que os funcionário faltosos serão autuados e a empresa Copeam responsável pelos servidores será punida. “Estamos nos preparando para o responsabilizar pelo ocorrido, eles não avisaram que iriam abandonar o posto de trabalho”, declarou.

De acordo com Wilson, a empresa Copeam se negou a participar do acordo proposto pelo governo, sendo efetivado uma decisão apenas nesta último sábado, 14, onde no domingo, 16, não foi cumprido pelos funcionários que não realizaram o plantão. O governador, que neste último final de semana que esteve na 34ª Exposição Feira Agropecuária de Parintins (Expopin), afirmou quase não ter problemas com a saúde no interior.

Contratação direta

Sobre a contratação direta de servidores da área da saúde, aprovada pela Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Lima disse que ocorrerá o mais breve possível e contribuirá para o Estado, com um controle de frequências e despensas. “Da maneira que pegamos o governo refém de cooperativas não dava pra continuar, então estamos buscando ter uma relação direta com esses servidores”, disse.

Questionado sobre o planejamento de um concurso para efetivar essas vagas dos funcionalismos da saúde, Wilson comentou que “pretende, mas que esse ano não teve como” devido a Lei Orçamentária Anual (LOA), segundo ele, já pegou o estado no seu limite.