Manaus, 17 de maio de 2025
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Cenário

De crítica ao fundo eleitoral à vice de chapa milionária: Maria do Carmo entra para o Partido Liberal

Empresária e ex-filiada ao Novo, Maria do Carmo muda de estratégia, se alia a Alberto Neto e mira protagonismo nas eleições de 2026 no Amazonas.

De crítica ao fundo eleitoral à vice de chapa milionária: Maria do Carmo entra para o Partido Liberal

(Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Manaus (AM) – Após se posicionar publicamente contra o uso do fundo eleitoral, a empresária Maria do Carmo Seffair se filiou, nessa quarta-feira (16), ao Partido Liberal (PL), legenda que, durante as Eleições Municipais de 2024, recebeu o maior volume de recursos do Fundo Eleitoral R$ 886,8 milhões.

Reitora da Faculdade Metropolitana de Manaus (Fametro), Maria do Carmo era filiada ao Partido Novo, que, ao lado do PL, integra o principal grupo de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Desde sua fundação, o Partido Novo mantinha uma política de não utilização do Fundo Eleitoral para o financiamento de campanhas, conforme consta em sua própria página institucional. Essa diretriz se manteve até 2024, nos meses que antecederam o pleito municipal em todo o país.

Em 2022, por exemplo, o Novo devolveu ao Tesouro Nacional R$ 87,71 milhões que poderiam ter sido usados para financiar suas campanhas. A devolução foi realizada por meio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a justificativa de que os recursos públicos deveriam ser destinados a áreas essenciais, como saúde, segurança e educação.

Entretanto, em fevereiro de 2024, o partido mudou de postura. Em convenção do Diretório Nacional, aprovou por unanimidade a utilização do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), popularmente conhecido como Fundo Eleitoral. A decisão veio acompanhada da promessa de critérios técnicos e transparência no uso dos recursos.

Apesar da nova diretriz de seu antigo partido, Maria do Carmo manteve sua crítica ao fundo. Pré-candidata ao governo do Amazonas em 2026, a empresária afirmou ser contra o uso dos recursos públicos para campanhas, mas reconheceu que não é possível competir eleitoralmente sem eles.

“Somos contra, mas sabemos que não dá para competir. Vamos trabalhando para essa mudança de mentalidade. A gente viu as cifras do fundo eleitoral… É muita coisa. Precisamos encarar essas mudanças. São os primeiros passos”, disse, à época, em entrevista ao Portal Real Time1.

Durante as eleições de 2024, Maria do Carmo lançou sua pré-candidatura para disputar a Prefeitura de Manaus. Entretanto, em articulação com o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) e o Partido Liberal, firmou aliança e compôs uma chapa majoritária: Alberto Neto como candidato à prefeitura e Maria do Carmo como vice.

Nas Eleições Municipais de 2024, o PL recebeu R$ 886 milhões, o valor superior ao do Partido dos Trabalhadores, com R$ 619 milhões, e do União Brasil, que recebeu R$ 536 milhões. A filiação intensificou os rumores sobre sua candidatura ao Governo do Amazonas. Maria do Carmo já havia, inclusive, manifestado sua intenção de concorrer ao cargo.

“Quero ser a primeira governadora do Amazonas para colocar o nosso Estado no lugar que ele merece”, declarou nas redes sociais.

Boas-vindas

A chegada de Maria do Carmo foi celebrada pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, e pelo presidente estadual, Alfredo Nascimento. “Recebemos a sua filiação com entusiasmo e confiança”, escreveram.

O deputado Capitão Alberto Neto também deu boas-vindas pelas redes sociais: “Hoje damos as boas-vindas à professora Maria do Carmo Seffair ao time do Partido Liberal! Ela chega com garra e uma nova missão: contribuir ainda mais com nosso Amazonas. Conte comigo nessa caminhada. Vamos pra cima!”

Campanha milionária

Com a mudança de legenda, Maria do Carmo se integrou a um partido que liderou o recebimento de recursos do Fundo Eleitoral em 2024. Segundo dados do TSE, a campanha da chapa “Ordem & Progresso”, composta por Alberto Neto e Maria do Carmo, arrecadou R$ 9,6 milhões em receitas líquidas. Desse total, R$ 2 milhões vieram do fundo partidário, R$ 7,1 milhões do fundo especial e outros R$ 500 mil de fontes diversas.

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