De tornozeleira, Simão Peixoto reassume prefeitura e chama vice de burro

(Foto: Reprodução / Instagram via Simão Peixoto)

Borba (AM) – De tornozeleira eletrônica, Simão Peixoto (PP) retornou ao cargo de prefeito de Borba (a 321 quilômetros de Manaus) nessa sexta-feira (8), em cerimônia realizada na Câmara Municipal da cidade. Antes de reassumir o posto, Simão discursou em um palco no Centro de Eventos Braulio Motta e, na ocasião, aproveitou para fazer promessas e ataques contra o seu vice-prefeito Zé Pedro, que foi prefeito interino enquanto Peixoto esteve afastado.

Após meses conturbados para Peixoto, com prisões decretadas, bloqueio de bens, habeas corpus rejeitados, e afastado desde maio quando foi preso, Peixoto chegou ao município por volta das 16h e foi recepcionado por apoiadores e eleitores. O prefeito de Borba seguiu para o centro da cidade e, no local, discursou para a multidão borbense.

Discurso contra o vice-prefeito

Em sua fala, Simão ainda informou que o comércio de Borba caiu, que o dinheiro não circulava mais no município, e que o povo de Borba estava oprimido, já que qualquer trabalhador que falasse o seu nome de forma favorável perderia seu emprego.

O discurso de Peixoto referiu-se a rumores de que o seu vice-prefeito, Zé Pedro, estava perseguindo os eleitores de Simão.

No palco, com a presença de Zé Pedro, Simão dirigiu ataques ao seu vice ao informar que não votaria nele caso viesse como candidato a prefeito nas eleições de 2024, já que Peixoto não pode se reeleger, tendo em vista que já foi reeleito em 2020.

“Eu votava no Zé Pedro [nas eleições de 2024], mas eu não voto mais não. Ele perdeu meu voto, eu votava em ti Zé Pedro, mas tu foi o cara mais burro que eu já vi na história na política. Perseguindo aqueles que votaram em mim. Vocês não votaram nele, votaram em mim. Nunca mais esse prefeito interino vai ser prefeito desse município, porque vocês já sabem quem ele é”, frisou Peixoto.

A fala é proferida em um cenário que é tradição do prefeito atual deixar o cargo e apoiar seu vice nas eleições seguintes.

Expectativas para o resto do mandato

Acusado e preso por ser alvo da Operação Garrote, do Ministério Público do Amazonas (MPAM), devido a um desvio de quase R$ 30 milhões em licitações, Simão Peixoto frisou na sua fala para o povo que não teve medo de ser investigado, que foi transparente com o repasse de dinheiro, e que, na “segunda-feira, está indo uma equipe de Brasília para fazer uma auditoria na Prefeitura de Borba”.

“Encaminhei para Câmara mais de R$ 33 milhões e isso vai ser prestado conta. Falaram que não tinha dinheiro, que eu tinha levado tudo, mas como eu vinha pagando o transporte escolar? Merenda escolar, décimo terceiro e folhas em dia?”, disse o prefeito.

Simão Peixoto, além dos crimes julgados pelo MP, também foi processado e julgado por quebra de decoro e, no dia 16 de agosto de 2023, a Câmara Municipal de Borba rejeitou o pedido de cassação do político como prefeito da cidade, que já estava apenas afastado. Com a decisão dos vereadores, o processo foi declarado arquivado.

O prefeito tem, agora, mais 16 meses para cumprir seu mandato e já fez um pedido para os borbenses reconstruírem a imagem do município.

“Vamos acabar com a briga, com a fofoca, com a perseguição. Vamos moralizar esse município. ‘Bora’ se unir, Borba vai se unir até o resto do meu mandato. Borba não são as casas, somos nós que representamos o município!”, ressaltou.