Manaus, 2 de maio de 2024
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Manaus, 2 de maio de 2024

Cidades

Decreto de Bolsonaro põe em risco emprego de produtores de guaraná no interior do AM, aponta Fieam

Segundo a Fieam, o setor de concentrados da ZFM é o único que gera empregos no interior do estado

Decreto de Bolsonaro põe em risco emprego de produtores de guaraná no interior do AM, aponta Fieam

MANAUS – O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, afirmou que o novo decreto que zerou os incentivos ao setor de concentrados de refrigerantes afeta não só a Zona Franca de Manaus (ZFM), mas a economia do interior do Amazonas.

“A gente lamenta profundamente porque é um setor que representa muita coisa para nós aqui, porque é o único segmento que gera emprego no interior do nosso estado e causar desemprego por lá é muito ruim”, disse nesta sexta-feira (29). Conforme o IBGE, o Amazonas é o maior produtor de guaraná do Brasil e o município de Maués está no topo da produção.

Nesta sexta, o prefeito de Maués, Junior Leite (PSD), publicou uma nota de repúdio ao decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro. Leite afirma que a medida põe em risco o emprego de quase 20 mil trabalhadores do município, que dependem da produção.

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“Ao menos três mil famílias são produtoras de guaraná, no período do fabrico esse número sobe para quase vinte mil mauesenses que se envolvem diretamente na colheita, beneficiamento e comercialização do produto, os impactos sociais como o aumento da vulnerabilidade econômica serão graves no nosso município”, escreveu o prefeito.

Além de Maués, a produção de guaraná no Amazonas se concentra nos municípios de Presidente Fugueiredo, Urucará, Apuí, Nova Olinda do Norte e Boa Vista do Ramos.

O representante da Fieam afirma que o momento é de total insegurança e não só para o setor. “Uma geração enorme de incerteza jurídica, para novos investimentos, para tudo. O fato é que não é só o polo de concentrados, nesse momento, toda a Zona Franca de Manaus, de modo geral, está vivendo muitas dificuldades”, afirmou.

“Quem vinha para investir aqui deve dar uma pisada no freio, e quem tava fazendo uma ampliação, melhorias, também fica num momento de sobreestado. […] Então tudo isso é muito preocupante e, com isso, vão embora nossos empregos, nossos investimentos. É realmente muito preocupante”, concluiu.