Manaus, 19 de abril de 2024
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Política

DEM quer lançar Simone Tebet como opção para terceira via nas eleições 2022

No entanto, a senadora disse que a decisão sobre lançar candidatura próprio será tomada em meados de agosto

DEM quer lançar Simone Tebet como opção para terceira via nas eleições 2022

Ausência no evento anterior foi decorrente de um teste positivo para Covid-19. Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado

BRASÍLIA, DF – Em meio à busca por uma alternativa ao ex-presidente Lula e a Jair Bolsonaro, a cúpula do MDB está decidida a lançar ainda neste ano a senadora Simone Tebet (MDB-MS) como pré-candidata à Presidência da República.

O movimento é feito em paralelo ao de outros partidos que se classificam como de centro, que resolveram colocar já, a pouco mais de um ano das eleições de 2022, o nome de seus pré-candidatos na rua como forma de testar qual deles poderia representar uma “terceira via” viável.

Nos bastidores, o MDB articula lançar o nome de Tebet perto do fim da CPI da Covid, onde a senadora tem tido atuação cada vez mais forte. A ideia é não misturar a participação dela na comissão com a possibilidade de ela entrar na disputa presidencial.

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Embora não referendado oficialmente pela executiva partidária, a decisão de lançar Tebet tem consenso entre variados grupos do MDB. Oficialmente, o presidente do partido, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), diz que a parlamentar é um dos nomes favoritos para representar o projeto político que a sigla quer lançar, embora evite cravar o anúncio do nome dela.

Segundo Baleia, o MDB apresentará no final de agosto um documento elaborado pela Fundação Ulysses Guimarães junto a outros especialistas com propostas para 2022 e que se intitulará “Ponto de Equilíbrio”. “O nome que vamos apresentar vai defender esse projeto de país e um dos nomes favoritos para defende-lo é o da Simone [Tebet]”, afirma Baleia.

À Folha Tebet também disse que a decisão sobre lançar candidatura próprio será tomada em meados de agosto. Apesar da cautela, o martelo sobre o nome da senadora já foi batido.

O MDB faz parte de um grupo de nove partidos que formaram um grupo no WhatsApp para debater a conjuntura eleitoral e buscar uma opção que fuja à polarização Lula-Bolsonaro. São parte do conjunto de legendas: MDB, DEM, Solidariedade, PV, Podemos, PSL, Cidadania, PSDB e Novo.

Dirigentes de algumas dessas siglas propõem que no ano que vem todos se unam em torno do nome que se mostrar mais competitivo antes da disputa no primeiro turno. O objetivo é propagar desde logo as possibilidades que poderiam se contrapor a Lula e a Bolsonaro já que pesquisas sugerem que a população tem rejeitado o termo centro e que será um desafio romper a polarização entre o petista e o presidente.

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Pesquisa Datafolha deste mês mostra, por exemplo, que o único dos nomes aventados por partidos que aparecem com intenções de voto na pesquisa espontânea é o de Ciro Gomes (PDT-CE). A partir de agora, de acordo com Baleia, as reuniões entre os presidentes dessas siglas devem se tornar mais frequentes.

Em paralelo ao nome de Tebet, o PSL, partido que abrigou Bolsonaro no pleito de 2018, filiou José Luiz Datena e o lançou como pré-candidato. A aposta da legenda é na capilaridade do apresentador. Levantamentos feitos por institutos de pesquisa a pedido do PSL mostram que Datena aparece bem posicionado tanto no primeiro turno como num eventual segundo turno contra Bolsonaro.

O DEM, também amparado em pesquisas próprias, anunciará oficialmente o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta como pré-candidato, como mostrou o Painel, da Folha. A ideia é confirmar a pré-candidatura até setembro. A cúpula da legenda avalia que ele tem o perfil desejado pela população como presidente.

Entre os outros partidos que compõem o grupo dos nove no WhatsApp, o PSDB realizará prévias para decidir se lançará o governador João Doria (PSDB-SP) ou o governador Eduardo Leite (PSDB-RS).

Como a vitória de Doria nesta disputa é vista com certo ceticismo dentro do meio tucano, dirigentes de outras legendas vislumbram a hipótese de ele se desfiliar do PSDB no futuro. Neste caso, a avaliação é a de que o Podemos poderia abrigá-lo.

Embora tenha afirmado não querer disputar a Presidência, a candidatura do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro ainda é estimulada por uma ala de políticos –especialmente os defensores da operação Lava Jato. Neste cenário, integrantes do Podemos também sonham em recebê-lo na sigla. Uma terceira hipótese seria lançar o senador Alvaro Dias (PR).

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Em outra frente, fora do grupo de siglas que articulam juntas para 2022, o PSD ainda tenta atrair o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), ao partido, com a expectativa de lançá-lo ao Planalto. Embora o mineiro afirme não ter nada resolvido, no PSD, o casamento é tratado como certo.

“Não é uma terceira via. Eu defendo que o PSD tenha candidato próprio para representar suas ideias, seu programa. O partido tem tamanho para ter uma candidatura que ofereça boas condições ao país e a Rodrigo [Pacheco] representa muito bem as aspirações do partido”, disse Gilberto Kassab, presidente do partido.

Kassab vem falando publicamente em Pacheco como possível nome do partido na disputa ao Planalto, o que nos bastidores da política tem causado embaraços ao presidente do Senado.

A interlocutores Pacheco sempre relata que o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, o cobra nos encontros sobre sua possível candidatura em um momento de tensão política no enfrentamento da pandemia. O senador por Minas geralmente diz que não trata de 2022 e que não responde pelo que os comandantes dos partidos vem falando publicamente.

(*) Com informações da Folhapress

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