O caso da influencer Mariana Ferrer, de 23 anos, tem gerado muita revolta nas redes sociais nesta terça-feira (3). Anônimos e famosos, além de políticos em todo país aderiram às manifestações em favor de Mariana. Entre eles, a bancada feminina da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
Em sua página oficial, a deputada estadual Alessandra Campêlo (MDB) fez várias postagens com trechos do julgamento envolvendo a vítima e o empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a jovem promoter em uma festa que ocorreu em 2018.
As imagens foram divulgadas pelo jornal The Intercept Brasil e mostra trechos da vítima sendo humilhada pelo advogado de defesa de Aranha. “Eu: Mulher; Meu país: me mata, me estupra, me faz ser culpada pelos crimes dos quais sou vítima.”, escreveu em uma das postagens.
Eu: Mulher
Meu país: me mata, me estupra, me faz ser culpada pelos crimes dos quais sou vítima.
A sociedade odeia as mulheres
Que dia triste gente. Se isso não doer em você, procure tratamento.#estuproculposo não existe#justiçapormariferrer@cfoab @stf @cnj @cnmp @marcoamello pic.twitter.com/6xbkG57QSi— Alessandra Campêlo ❤️ (@ale_campelo) November 3, 2020
Em outra publicação, a deputada que é presidente da Comissão da Mulher da Aleam alertou que a sentença dada ao caso de Mariana Ferrer reforça o medo das mulheres em denunciar crimes como o de estupro.
CHOCADA com a decisão do caso Mariana Ferrer
O estuprador foi absolvido porque o Juiz considerou que foi #estuproculposo
quando o homem estupra sem a intenção de estuprar!
A vítima foi HUMILHADA pelo advogado na presença de um Juiz!
Entendem porque temos medo de denunciar??? pic.twitter.com/uIUehDc7Vn— Alessandra Campêlo ❤️ (@ale_campelo) November 3, 2020
A deputada estadual Mayara Pinheiro (PP) também usou as redes sociais e comentou:
Muito me chocou a vítima ser a única mulher durante aquela sessão. Claramente desamparada e isolada enquanto era humilhada começou a chorar e tentava, em vão, se defender das acusações cruéis que recebia.
Mais esdrúxula ainda foi a fundamentação jurídica do MP…— Dra. Mayara Pinheiro Reis (@AmDramayara) November 3, 2020
Outra que reforçou o coro de indignação envolvendo a sentença inédita no Brasil foi a deputada estadual Joana Darc (PL). Ela usou um banner como os dizeres: Não existe estupro culposo!.
Hoje vieram à tona detalhes do caso em que o réu foi inocentando com essa alegação de estupro culposo. É tão bizarro que parece mentira, mas é a realidade das mulheres no Brasil. #naoexisteestrupoculposo pic.twitter.com/a2GaWxgbfZ
— Joana Darc (@joanadarc_am) November 3, 2020
Outros parlamentares do AM
Em suas redes sociais, o deputado federal Marcelo Ramos (PL) também escreveu que no dia em que se comemora uma conquista importante para as mulheres, o direito ao voto feminino, a Justiça catarinense cria o “estupro culposo” e com apoio da promotoria.
“Sem o amparo deste crime na lei brasileira, o réu foi absolvido. O vídeo da audiência na internet parece um show de horrores contra a vítima, e revolta a todos nós, operadores do Direito, mulheres e a sociedade brasileira. Esperamos uma resposta firme do CNJ que reverta esse absurdo.”, diz em em um trecho.
O senador Eduardo Braga (MDB) foi outro parlamentar do Amazonas que repercutiu o caso da influencer em sua página oficial. Braga subiu a tag #EstuproCulposoNãoExiste e repudiou o julgamento, que segundo ele, “não pode e nem deve passar como um episódio corriqueiro”.
Gilmar Mendes cobra apurações
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes criticou os envolvidos no julgamento do caso de estupro de Mariana Ferrer.
“As cenas da audiência de Mariana Ferrer são estarrecedoras. O sistema de Justiça deve ser instrumento de acolhimento, jamais de tortura e humilhação. Os órgãos de correição devem apurar a responsabilidade dos agentes envolvidos, inclusive daqueles que se omitiram”, comentou Gilmar, em seu Twitter.
Leia mais: Ministro Gilmar Mendes, pede apuração sobre ‘Caso Mariana Ferrer’
As cenas da audiência de Mariana Ferrer são estarrecedoras. O sistema de Justiça deve ser instrumento de acolhimento, jamais de tortura e humilhação. Os órgãos de correição devem apurar a responsabilidade dos agentes envolvidos, inclusive daqueles que se omitiram.
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) November 3, 2020
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