Manaus, 28 de abril de 2024
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Manaus, 28 de abril de 2024

Política

Deputados do AM silenciam em discussão sobre pauta verde no GT da Reforma Tributária

Mais uma vez, os parlamentares do Amazonas presentes na reunião - Saullo Vianna, Sidney Leite e Adail Pinheiro permaneceram calados

Deputados do AM silenciam em discussão sobre pauta verde no GT da Reforma Tributária

Fotos: Divulgação/ Câmara dos Deputados

Brasília (DF) – Apesar dos deputados federais do Amazonas, Saullo Vianna (União-AM) e Sidney Leite (PSD-AM) terem sido coautores do requerimento que solicitou o debate sobre a economia verde no grupo de trabalho do sistema tributário da Câmara dos Deputados, na tarde desta terça-feira (25), os parlamentares amazonenses entraram mudos e saíram calados da reunião para discutir a “economia verde”.

Adail Filho (Republicanos-AM), recém-empossado deputado e outro membro do GT que representa o Amazonas, também participaram da reunião; mas Adail se manteve em silencio do início ao fim.

Como de costume, após a reunião, na qual os deputados amazonenses não se pronunciaram nem mesmo para concordar com o que estava sendo dito, as assessorias encaminharam textos e fizeram publicações nas redes sociais como se os parlamentares tivessem atuado proativamente.

A audiência, que durou 2h30 minutos, foi transmitida, ao vivo, pela TV Câmara no site do Legislativo Federal e está disponível para acesso público.

Veja:

Imagens: TV Câmara

A ausência de pronunciamentos orais dos parlamentares do Amazonas seja no Plenário da Câmara dos Deputados e do Senado, seja nas Comissões ou, até mesmo, em reuniões no Congresso Nacional acaba demonstrando a falta de interesse e/ou conhecimento a respeito dos temas tratados pelos deputados e senadores do Amazonas, especialmente os em início de mandato.

Na ausência da representatividade amazonense, nesta terça-feira (25), sobrou para a deputada federal do Acre, Antônia Lúcia (Republicanos), representar o Norte do país nas discussões que atingem diretamente a Amazônia.

Na ocasião, a parlamentar, que não faz parte do grupo de trabalho da reforma tributária, ressaltou a necessidade de uma diretriz econômica para que a sustentabilidade vá além dos assuntos que dizem respeito à Amazônia e esteja alinhada com as “pautas verdes internacionais.”

Diante da fala da deputada federal, os parlamentares do Amazonas mantiveram-se inertes.

Em seguida, a procuradora da Fazenda Nacional, Denise Lucena Cavalcante, destacou que considera que a economia verde é um dos temas mais relevantes dos tempos atuais, onde o Brasil, com seu gigante potencial de natureza, coloca a responsabilidade de desmitificar que a questão ambiental vai reduzir a economia, vai diminuir os investimentos do país.

“Chegou o momento em que precisamos entender isso como uma grande oportunidade. O Brasil não pode ficar fora do discurso internacional. A crise ambiental é um problema global e precisa de solução global. É importantíssimo levantar esse ponto aqui para que possamos entender que a opção de inclusão das questões ambientais nessa reforma tributária não é uma opção do Brasil, e sim uma necessidade, uma imposição dos tratados internacionais que nós fazemos parte. Não temos a opção de incluir ou não esse critério, pois muito maior do que quando nós falamos em sustentabilidade é o conceito de desenvolvimento sustentável”, disse a procuradora.

Mais uma vez os parlamentares do Amazonas presentes na reunião – Saullo Vianna, Sidney Leite e Adail Pinheiro – continuaram calados e sem expressar concordância ou não com o que estava sendo discutido, ao contrário dos textos enviados pelas assessorias, com falas de mais de um minuto e pronunciamentos eloquentes.

Amazônia

No que diz respeito à Amazônia, o tema ganha relevância diante da crise sem precedentes que o setor enfrenta após ter estabelecido uma política de economia verde embasada no desmatamento.

Ação que resultou em uma Amazônia com um terço a menos de carbono do que poderia ser previsto para uma década, tornando-a uma grande emissora do gás em vez de um depósito líquido de carbono.

De acordo com dados da Coalizão de Economia Verde (Green Economy Coalition – GEC em Inglês), o setor da agricultura e da indústria também são diretamente impactados por conta do volume das chuvas cada vez menos confiáveis na região devido a uma combinação de desmatamento, degradação, incêndios e mudanças climáticas.

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