Manaus, 28 de abril de 2024
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Cenário

Deputados e empresários ignoram risco de 3ª onda e pedem reabertura do comércio na segunda

A sugestão de reabertura do comércio a partir da próxima segunda-feira foi discutida durante audiência pública na Aleam

Deputados e empresários ignoram risco de 3ª onda e pedem reabertura do comércio na segunda

Foto reprodução Aleam

Os deputados estaduais parecem ignorar a ameaça de 3ª onda do coronavírus no Amazonas e pediram a reabertura do comércio durante audiência virtual – que foi realizada na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) – na tarde de quarta-feira (10). A reunião contou com a presença de empresários e representantes de entidades do comércio e da Saúde do Amazonas.

A propositura foi assinada pelos deputados Roberto Cidade (PV) e Josué Neto (Patriota), que dizem apoiar a reabertura, mas frisam que é necessário decidir a forma mais segura para que os comerciantes retomem suas atividades.

Durante a reunião, o presidente da Aleam, deputado Roberto Cidade (PV), garantiu aos participantes, que vai conversar com as lideranças do governo estadual e da Prefeitura de Manaus em busca de uma solução para a reabertura do comércio até esta sexta-feira (12).

“Precisamos chegar a um ponto que beneficie todos os amazonenses e a atividade econômica é peça fundamental para garantir o sustento de todos que dependem do setor direta ou indiretamente”, disse Cidade.

Josué Neto afirmou que é possível retornar com as atividades comerciais, desde que seja feita uma comunicação massiva à população sobre os riscos do coronavírus.

Empresários

O empresário Erick Bandeira de Melo acredita que a população já aprendeu com essa segunda onda da covid-19, principalmente em Manaus, como se prevenir do vírus e pede a reabertura do comércio já na segunda-feira (15).

Representando o município de Manacapuru, o vereador Leonardo Guimarães alegou que a população da cidade também está aflita com o fechamento dos comércios.

“Nós estamos com essa dificuldade por conta do lockdown decretado no prazo de dez dias. Tem gente passando fome. Chegam cestas básicas no município, mas não suprem as necessidades da população”, disse Guimarães, afirmando que concorda com a reabertura gradual do comércio.

“Nós precisamos, sim, identificar os problemas causados pelo vírus, mas nem as cidades mais avançadas não conseguiram detê-lo, nós precisamos nos preparar para esse momento de reabertura”, disse o empresário Belmiro Vianez Filho, afirmando que o primeiro trimestre do ano é fraco para o comércio e não tem um grande fluxo de pessoas dentro das lojas.

Período de chuvas

Já o representante da Fundação de Vigilância e Saúde (FVS), Daniel Barreto, disse que as dificuldades que podem impedir a reabertura estão ligadas à sazonalidade climática, por conta das chuvas no período, com o aumento das doenças respiratórias, o transporte coletivo  e a desobediência do povo, que teima em descumprir as determinações sanitárias.

O secretário-executivo de Assistência da Capital da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), Jani Kenta Iawata, apresentou, durante a reunião, as medidas que o Estado vem adotando para conter os avanços da doença. De acordo com o secretário, entre tais medidas, consta a abertura de mais leitos clínicos e de UTIs, além do intuito em aumentar a realização de exames de detecção do vírus e das vacinas.

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Tributos

O advogado Hamilton Caminha, da Câmara dos Dirigentes de Lojistas de Manaus (CDL-Manaus), defendeu que os tributos devem ser transferidos para momentos diferentes e não prorrogados por apenas cinco dias, citando que o Amazonas tem que se espelhar em outras economias mundiais que estão inclusive devolvendo tributos.

Já o representante da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Ali Hussein Bawab, disse que nesse momento, mesmo que o governo reduza os tributos a 50%, os comerciantes não terão como pagar. Ali Hussein também defende a reabertura gradual e escalonada, por dias da semana e em horários diferenciados, a fim de conter as aglomerações, principalmente no transporte coletivo.

“Se não acontecer a reabertura do comércio, de forma total, nós, as pequenas e médias empresas, vamos sucumbir. Elas não vão resistir a esse momento que estamos passando, isso é fato”, declarou o empresário Fred Melo na reunião virtual, defendendo que a cidade fique aberta 24h para que cada pessoa faça sua organização.

O deputado Adjunto Afonso afirmou que quem não está vendendo nada, não tem como pagar tributo; também defendeu a reabertura gradativa do comércio.  Segundo as alegações do deputado, há necessidade de uma segunda reunião para aprofundar o debate e, também, de  encaminhar  o depoimento dos empresários para o Poder Executivo.