Parintins (AM) – Desenhistas do Garantido usaram as redes sociais para expor que estão com os salários atrasados e cobram uma providência da diretoria do boi vermelho e branco. No começo desta semana, o presidente do bumbá enviou um ofício ao secretário de Cultura do Amazonas, Marcos Apolo Muniz, solicitando ajuda financeira para pagar os trabalhadores e colocar o boi na arena no festival deste ano.
Entretanto, a agremiação já recebeu o repasse de R$ 5 milhões do governo do estado, o mesmo repassado ao Caprichoso. Até o momento, somando com outros valores, os bois de Parintins já teriam recebido R$ 13,6 milhões. Porém, com todo esse montante, Antônio Andrade não cumpriu os pagamentos dos trabalhadores.
Os desenhistas Hiago Repolho, Alexandre Haidos, Iran Martins, Diego Costa e Alfraney são responsáveis pela criação dos projetos das alegorias e até as roupas usadas pelos itens. São, também, os primeiros a entregar os trabalhos.
“Somos os primeiros a dar início e criamos o visual desse espetáculo grandioso. Temos família, filhos e pais que aguardam uma resposta do nosso suor diário. A falta de respeito com a nossa classe já vem acontecendo há muito tempo. Cobramos o pagamento do nosso trabalho assim como foi acordado em contrato. Procuramos a diretoria do boi bumbá Garantido e não obtivemos respostas”, diz um trecho da mensagem publicada, no Facebook, pelos desenhistas.
Ainda conforme os artistas, “o grito de repúdio evidencia o que realmente está acontecendo por trás do espetáculo. Promessas falsas e quebras de contrato são recorrentes desde sempre. Somos poucos e não temos voz ativa pois nosso trabalho é entregue meses antes do festival de arena para que outros artistas deem forma as alegorias e figurinos do bumba e ainda assim não somos lembrados. Exponho aqui que os verdadeiros criadores deste espetáculo são excluídos”, expõem os artistas.
Revoltados com a situação da atual gestão do Boi do Povão, eles afirmam que “o discurso dos bois de Parintins é recheado de ideologias falsas, onde o verdadeiro artista real não é respeitado, não é valorizado, nunca é lembrado pois somos poucos, mas importantíssimos para a construção dessa festa. Diretoria nos pague! O trabalho já foi entregue e temos contrato ativo com vocês! Respeitem os artistas parintinense, assim como é falado falsamente na arena!! Nos paguem! ”.
Pedido de afastamento
O Conselho Fiscal do Boi Garantido protocolou no Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) um pedido de afastamento do presidente Antônio Andrade, da vice-presidente, Ida Silva, e de toda a diretoria.
O pedido foi feito em conjunto com o Conselho de Ética e a Associação Folclórica Boi Bumbá Garantido, e acontece após Antônio Andrade relatar problemas financeiros e ameaçar não participar do 56º Festival Folclórico de Parintins desde ano, mesmo já tendo recebido o montante de R$ 13,6 milhões.
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