Manaus, 3 de maio de 2024
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Cidades

Dia do Trabalho: profissionais se expõem na pandemia atrás do ‘pão de cada dia’

Cerca de 21 mil pessoas contraíram a Covid-19 em ambiente de trabalho, mas, ainda assim, milhares de brasileiros se expõem aos riscos para conquistar a renda mensal

Dia do Trabalho: profissionais se expõem na pandemia atrás do ‘pão de cada dia’

Foto: Reprodução

MANAUS, AM – Com um ano de pandemia, contrair Covid-19 ainda é temido por muitas pessoas. Segundo o Observatório Digital de Segurança e Saúde no Trabalho, no primeiro ano de pandemia, cerca de 21 mil profissionais foram infectados pelo novo coronavírus no trabalho. Ainda assim, milhares de brasileiros ainda têm que sair de casa para conquistar renda mensal, e se expõem aos riscos de pegar o vírus nas ruas, além no ambiente de trabalho.

A equipe de reportagem do Portal AM1 conversou com alguns trabalhadores de Manaus que fazem atendimento ao público no período de pandemia.

O motorista de aplicativo Jarbas Bezerra, 38, conta que adquiriu a doença fazendo transporte para os sogros. Ele realizou o exame para detectar a doença em janeiro de 2021, após a morte dos familiares, pois tinha contato direto com eles. Apesar de estar com o vírus, o quadro foi assintomático, e ele teve que se isolar por 10 dias do restante dos parentes.

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Na rotina de trabalho, Jarbas conta que utiliza o uso de máscaras para se proteger da Covid-19. Para higienizar o carro, o motorista faz a limpeza com produtos específicos que prometem conter as bactérias. Além disso, ele diz  que usa o álcool em gel para a limpeza do veículo e higienização pessoal.

“No momento, ainda não tomei a vacina, sigo esperando a minha vez”, disse.

Antes da pandemia, ele trabalhava como DJ e teve que se reinventar para garantir uma renda para a família. De acordo com ele, ainda não há expectativas para voltar à programação normal.

“Não tem como, muitas pessoas vão ter que ir devagar, ver como o mercado está e buscar novas maneiras de conseguir trabalho, além de seguir as recomendações de saúde”, comentou.

Ele ainda destacou a importância de receber as duas doses da vacina para que seja necessária a imunização. Apesar de ter contraído a doença recentemente, ele tem fé que não seja infectado novamente pela Covid-19.

Profissional da saúde

O assistente administrativo de uma Unidade Básica de Saúde de Manaus, Ulysses Chagas, 31, teve contato com o vírus no ambiente de trabalho. Ele contou que estava cumprindo as medidas de segurança rigorosamente quando foi infectado. O jovem ainda afirma que sentia medo de sair de casa para ir trabalhar, pegar a Covid-19 e transmitir para a família, o que acabou acontecendo.

Ulysses ainda destaca que, mesmo com os casos diminuindo em Manaus, ele ainda sente medo de sair para trabalhar.

“A população, infelizmente, ainda não segue esses padrões de prevenção, principalmente em relação ao distanciamento”, disse.

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Para se proteger do vírus no ambiente de trabalho, ele utiliza equipamentos de proteção individuais, como gorro, máscara e capote. Ele também utiliza álcool em gel 70% a cada paciente que atende. Nos atendimentos, ele alerta os pacientes para que sigam os protocolos de segurança, mantendo o distanciamento entre as pessoas que insistem em se aproximar demais.

Ele acredita que mesmo que haja uma vacinação em massa, as coisas não voltarão ao normal. “Não acredito nessa possibilidade tão cedo, ainda vai ser necessário bastante tempo para voltarmos à nossa rotina “normal”, sem se preocupar com esse vírus”, comentou.

Precaução em consultório odontológico

O cirurgião-dentista, Samy Caio, 29, afirmou que quando Manaus estava com alta no número de casos da doença, sentiu medo de ir trabalhar. O profissional, que ainda não foi infectado pelo vírus, contou que tinha receio de contrair a Covid-19 e transmitir para a esposa e as duas filhas pequenas.

Mesmo com a diminuição de casos em Manaus, o cirurgião-dentista diz que não se sente seguro, apesar de ter recebido a dose da vacina contra a Covid-19. Ele ressalta que esse receio se dá por conta da falta de consciência da população com as medidas sanitárias.

Ele comenta que faz o uso de equipamentos de proteção e uso do álcool em gel. O cirurgião-dentista também conta que faz a higienização antes de entrar em casa. No consultório, os pacientes entram com álcool em gel, além de ser obrigatório o uso de máscara.

Outra medida que foi adotada no consultório odontológico foi a redução de pessoas no ambiente. Os pacientes devem ser atendidos com hora marcada, para que não ocorra aglomeração na recepção.

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Atendimento em escritório

A auxiliar de recursos humanos, Jenice Moreira, 19, revela que sente medo de contrair a doença. Mesmo no auge da pandemia, ela teve que continuar indo para o escritório.

“Por ter pessoas idosas em casa e que tenho convívio direto, acredito que esse seja o fato que mais me causa receio e que me faz ter cuidado ao sair de casa para trabalhar”, disse.

Como medida de segurança, ela cumpre os protocolos de saúde impostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Sempre ando com máscara na bolsa para realizar a troca e com um borrifador de álcool em gel para higienizar as mãos, atentando-se também pro distanciamento”, comenta.

Ela acredita que o cenário de normalidade vai ocorrer com o passar do tempo.

“Tenho em mente que para voltar a rotina normal, além da vacinação em massa, precisamos verificar a quantidade de casos registrados. Também precisamos manter os cuidados até termos certeza que as coisas voltarão ao normal”, contou.

A administradora Patrícia Carioca, 38, contou que contraiu o vírus na primeira onda, em março de 2020. Ela foi infectada durante um treinamento realizado em São Paulo. De acordo com ela, ao sair para trabalhar, sentia medo, e, o sentimento ainda continua, mesmo que os casos em Manaus tenham apresentado queda.