Manaus (AM) – Há pouco mais de dois anos, em 7 de maio de 2021, a Prefeitura de Manaus autorizava a reabertura dos cemitérios da capital para visitação no Dia das Mães. Na ocasião, familiares voltaram a homenagear as genitoras já falecidas pela primeira vez após mais de doze meses de portões fechados, em função das medidas de isolamento para conter o avanço da covid-19.
No dia 10 de janeiro daquele ano, a aposentada Francisca Silva dos Santos, 82 anos, faleceu devido à falta de oxigênio na Unidade Básica de Saúde (UBS) do São Raimundo, zona Oeste. Quatro dias depois, o problema agravou-se, instaurando uma crise sem precedentes nos hospitais de Manaus.
Na época, ela trabalhava na casa de um senhora de 103 anos e não poderia correr o risco de transmitir o vírus à patroa. Idosos e portadores de doenças crônicas eram o público mais vulnerável à covid-19. Por cautela, Semone resolveu manter distância dos hospitais.
A mãe dela estava internada há apenas dois dias. Foi conduzida à UBS por falta de leitos nas unidades de atendimento, outro problema causado pela rápida disseminação do vírus e ausência de estrutura adequada.
“Faltou atenção para a área da saúde. Se você costuma atender dez pessoas, você atende 15 e sabe que 20 vêm atrás”, exemplifica Semone. “Mas não pensamos que (a crise de oxigênio) começaria tão rápido. Foi a dúvida: será que isso vai acontecer ? – que prejudicou muitas famílias”.
Maria Alexandrina de Araújo, 96 anos, não deixou filhos ao falecer de covid-19 no Hospital Delphina Aziz, zona Norte. Era a segunda onda da pandemia, marcada pela falta de oxigênio nos hospitais. O sobrinho de Maria, o consultor José Gomes, lembra que o período foi de perdas para milhares de famílias: “Ela ficou muito fraca. Deram toda a assistência mas, devido à idade, não resistiu”, conta.
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