Protesto dos servidores (Amazonas1)
Ao contrário do prometido pelo governador Wilson Lima, o governo ainda não pagou a primeira parcela do 13º salários aos servidores estaduais. No mês passado, Lima assegurou que liberaria a primeira parcela em julho.
De acordo com a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), não há previsão para o crédito da primeira parcela do décimo e que a Sefaz estaria aguardando o ingresso de novos recursos, para poder efetuar o pagamento.
Para o vice-presidente do Sindicato dos Peritos, Ilton Soares, o governante precisa cumprir com sua palavra. “Ele não pode falar algo, criar uma expectativa na sociedade e depois dizer, como se fosse brincadeira de criança, que não vai mais fazer. Primeiro, o servidor sem décimo terceiro não aquece a economia e depois aqueles que fizeram crédito antecipado não vão poder honrar seus compromissos”, declarou.
Soares destacou ainda que o décimo é histórico e a ausência da verba prejudica a própria economia do Amazonas. “É muito maior do que o servidor que não vai receber porque todos os governos, inclusive na pior recessão que tivemos, pagaram metade do décimo em julho. E esse governador parece que não vive no Amazonas, não sabe da nossa história.”
Durante visita a Manacapuru, em junho deste ano, Wilson Lima anunciou que pagaria a primeira do 13º salário em julho e a segunda seria efetuada em novembro. A declaração foi realizada um dia após técnicos da Secretaria de Fazenda (Sefaz) afirmarem à Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) que o Estado está com déficit milionário e que talvez não consiga pagar os servidores a partir de outubro.
O agente de endemias da Fundação de Vigilância Sanitária (FVS), Ivan Dias, revelou que fazia planos para o dinheiro extra e agora não poderá realizá-los. “Não só eu, mas muitos servidores, planejavam investir na família, fazer cursos, reformar a casa e agora não vão ter como. É lamentável, um governo que não está cumprindo aquilo que está prometendo. Isso nos revolta”, afirmou.
A reportagem do Amazonas1 entrou em contato com assessoria do governo para esclarecer o pagamento da primeira parcela, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
Servidores podem ter salários atrasados
Segundo relatórios da Sefaz, apresentados na Aleam, o saldo negativo do Estado chegou a R$ 406 milhões só em abril. Caso nenhuma medida seja tomada pelo Executivo, as finanças podem entrar em colapso com déficit de R$ 1,6 bilhão na folha salarial até o fim do ano. E como consequência, o governo terá dificuldades para pagar os servidores, a partir do mês de outubro.
Veja também: Lei que suspende reajustes dos servidores é aprovada na Aleam
Servidores podem ter salários atrasados por rombo nas contas do Estado
Servidores protestam contra medidas do governo do Estado
Uma das medidas tomadas por Wilson Lima revoltou os servidores. Isso porque o Projeto de Lei Complementar, aprovado na Aleam no início de julho, prevê o congelamento dos reajustes salariais por dois anos.
A categoria está mobilizada e realizou um protesto, na última quarta-feira, 24, na frente da sede do Governo. Caso a lei não seja revogada, os servidores prometem greve geral por tempo indeterminado.
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