Manaus, 3 de julho de 2025
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Cenário

Elan Alencar reage à cassação e mira nova sigla para 2026

Cassado pelo TRE-AM, Elan Alencar nega fraude na cota de gênero e diz que recorrerá para manter mandato conquistado com mais de 8 mil votos.

Elan Alencar reage à cassação e mira nova sigla para 2026

(Foto: Celso Maia/ Portal AM1)

Manaus (AM) – O vereador Elan Alencar (DC) reagiu com indignação à decisão da Justiça Eleitoral que cassou seu mandato por supostas irregularidades no cumprimento da cota de gênero pelo seu partido, o Democracia Cristã (DC), nas eleições de 2024. Em entrevista exclusiva ao Portal AM1, o parlamentar negou qualquer responsabilidade no processo e declarou que está sendo vítima de um erro cometido pela direção partidária.

“Eu fiz a minha parte. Sou ficha limpa, tive minhas certidões negativas, prestei contas, fui eleito com mais de 8.600 votos. Agora, estou sendo penalizado por um erro que não cometi”, disse.

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), a chapa do DC teria desrespeitado a regra legal de 30% de candidaturas femininas, o que invalidaria os votos recebidos pela legenda. O vereador, no entanto, sustenta que toda a responsabilidade técnica do registro das candidaturas é do partido e que apenas cumpriu as exigências individuais como candidato.

“Quem cuida disso é o partido. Quem registra, quem preenche os dados, quem organiza a chapa é o partido. A minha obrigação era estar apto legalmente e estive”, ressaltou Elan.

O parlamentar também fez denuncias que estaria sendo alvo de ataques organizados por adversários políticos e que sua imagem está sendo deliberadamente distorcida nas redes sociais e em veículos de imprensa locais.

“Fui massacrado. Tem político que perdeu a eleição e agora paga para espalhar mentira sobre mim. Querem dizer que forjei candidatura, que enganei a Justiça. Isso é absurdo. Eu sou jornalista, conheço os bastidores, e sei o que estão fazendo”, afirmou.

Ruptura com aliados e possível saída do partido

Durante a entrevista, Elan Alencar não poupou críticas indiretas a aliados antigos, mencionando inclusive o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), de quem foi cabo eleitoral nas eleições passadas.

“A maior frustração é ver quem você ajudou virar as costas. Eu votei, apoiei, trabalhei… e agora estou sendo acusado até por eles”, desabafou.

Elan também revelou que deve deixar o partido e já cogita se filiar ao Avante, partido do prefeito David Almeida, de quem atualmente é base aliada na Câmara Municipal.

“eu não sei o meu futuro político em relação a isso. É muito provável eu ser candidato a deputado estadual, é muito provável eu ter que sair do Partido para poder galgar novos espaços, porque cada eleição é uma logística diferente, são tratativas diferentes, é muito provável a gente ir para o Partido do prefeito Davi Almeida, que é o avante. Então, assim, isso é o futuro”, declarou o vereador.

Recurso e futuro político

Mesmo com a cassação, o vereador afirma que ainda não jogou a toalha. A equipe jurídica já está preparando os recursos cabíveis, tanto no Tribunal Regional Eleitoral quanto, se necessário, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Vamos até as últimas consequências. Não só por mim, mas pelos mais de 8 mil eleitores que acreditaram no nosso trabalho. E, se Deus quiser, continuaremos representando essas pessoas”, declarou.

O vereador afirmou que nunca imaginou que se tornaria vereador de Manaus. Natural de Eirunepé, ressaltou que, após apenas dois anos de sua chegada à cidade, foi eleito vereador em seu primeiro mandato.

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