Manaus, 2 de maio de 2024
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Manaus, 2 de maio de 2024

Cidades

Elisabeth Valeiko tentou saber quais dos seus imóveis seriam alvo da Operação Boca Raton

Documento mostra que a esposa de Arthur Neto contratou um dos escritórios jurídicos mais caros do país para tentar quebrar o sigilo das investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)

Elisabeth Valeiko tentou saber quais dos seus imóveis seriam alvo da Operação Boca Raton

Foto: Reprodução

A primeira-dama de Manaus, Elizabeth Valeiko, tentou quebrar o sigilo das investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e saber quais dos seus imóveis seriam alvo de busca e apreensão da “Operação Boca Raton” deflagrada pelo Ministério Público do Estado (MPE-AM) e a Polícia Civil na última sexta-feira (18).

São investigados pelo Gaeco, pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva no bojo da Operação Boca Raton, além de Elisabeth Valeiko, a filha dela Paola Molina Valeiko e o genro da primeira-dama, Igor Gomes Ferreira.

Documento obtido com exclusividade pelo Portal AM1 mostra a tentativa da esposa de Arthur Neto (PSDB) de saber antes por onde os investigadores iriam passar para buscar provas.

Imóveis

Dos 20 imóveis que tiveram busca e apreensão decretadas pela Justiça do Amazonas, na semana passada, três estão diretamente no nome da esposa do prefeito Arthur Neto.

Leia mais: Gaeco cumpre busca e apreensão contra Paola Valeiko, filha da primeira-dama de Manaus, por lavagem de dinheiro

Dois apartamentos de luxo no Condomínio Residencial Ilha Bella Avalon, na Ponta Negra, são citados como propriedades da primeira-dama e foram vistoriados. Um terceiro imóvel, que fica na Rua Marciano Armond, antiga Belém, no Adrianópolis, também recebeu a “visita” do Gaeco.

Outros dois endereços são referente às casas de Paola e Igor, situadas no Condomínio Edifício Jardim Adrianópolis, no Aleixo. Também foram feitas diligências em mais oito residências de terceiros e sete imóveis comerciais.

Entre eles, estão a Loteria Las Vegas, no São Francisco – que pertence ao genro de Elizabeth – e as empresas Lógica Assessoria Contábil, na Cachoeirinha, PV Molina Produção de Eventos Ltda, que fica no bairro Nossa Senhora das Graças e EPV Arquitetura e Construções Ltda. Esta última tem como sócias mãe e filha.

Consta, ainda, a empresa Art Visual, situada no Aleixo que está registrada na lista de sócios, um parente de Elizabeth Valeiko.

‘Lavagem de dinheiro’

A operação é um desdobramento da investigação, instaurada em novembro de 2019, que estava há um ano parada no Ministério Público, na gestão da ex-procuradora-geral de Justiça, Leda Mara. A suspeita é que a primeira-dama, sua filha e genro tenham praticado lavagem de dinheiro pela rápida evolução do patrimônio da família.

Leia mais: Investigação contra a primeira-dama por suspeita de lavagem de dinheiro continua parada no MP

No documento sigiloso, os agentes ministeriais apontam “a existência de grande volume de recursos movimentados, operações de câmbio e depósito de valores no exterior” realizadas por Paola Valeiko e Igor Gomes, entre 2017 e 2020.

Ainda de acordo com a investigação, também consta a informação sobre “o transporte de recurso em espécie relacionado ao grupo investigado” para as residências da primeira-dama de Manaus, na Ponta Negra.

Advogados

Para bancar sua defesa, a primeira-dama de Manaus, Elizabeth Valeiko contratou um escritório de advocacia paulista que costuma atuar em processos que envolvem figuras milionárias. O escritório contratado foi Bettini & Tamasauskaus, que tem sede em São Paulo e Brasília. Em 2016, o advogado Pierpaolo Bottini representou a jornalista Claudia Cruz, esposa do ex-presidente da Câmara dos Deputados, acusada de lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal. Pelo crime, ela foi condenada a mais de dois anos de prisão.

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