Manaus, 17 de maio de 2024
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Manaus, 17 de maio de 2024

Economia

Mesmo com delivery, restaurantes não conseguem frear a queda no faturamento

Segundo os dados da Abrasel, o setor sofreu uma retração de 25% em 2020 com cerca de 300 mil empresas fechadas e mais de um milhão de desempregados no Brasil

Mesmo com delivery, restaurantes não conseguem frear a queda no faturamento

Delivery de comida Foto Reprodução

MANAUS – A pandemia de covid-19, além da crise sanitária, trouxe também um impacto negativo no setor de bares e restaurantes, principalmente para aqueles que eram focados em um atendimento – que, somado à boa comida, faziam das noites manauaras verdadeiras experiências gastronômicas. Para sobreviver e não fechar as portas, alguns restaurantes adotaram o delivery para driblar queda do faturamento.

Segundo os dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor sofreu uma retração de 25% em 2020 com cerca de 300 mil empresas fechadas e mais de um milhão de desempregados no Brasil. No Amazonas, a solução encontrada foi migrar unicamente para o sistema de delivery, no qual o cliente compra seu produto preferido em um aplicativo e ele vai direto para a sua casa. A produção é feita pelo restaurante, mas a logística fica por conta da plataforma.

Nessa corrida para conseguir se manter, aplicativos de venda e entrega como iFood e Uber Eats foram as soluções encontradas pelos empresários, porém, com a queda abrupta no faturamento, ainda assim, a nova forma de atuação não permitiu que o setor continuasse com os mesmos números e até mesmo funcionários de antes do quadro pandêmico.

Sócios do Grupo Dedé

A concorrência também aumentou com a migração para o delivery, o que fomentou a criação de maneiras para se destacar dentro das plataformas. Segundo Rogério Perdiz, sócio do Grupo Dede, a empresa encontrou as promoções como uma maneira de engajamento na rede. Datas especiais e lançamentos de produtos exclusivos ajudaram a cachaçaria e o restaurante a se manterem entre os melhores serviços da capital.

“Com todo mundo migrando para delivery, muitos restaurantes abusam das promoções só para aparecer nas plataformas, porém, isso com alguns dias se torna insustentável para o restaurantes, por isso, não fazemos essas promoções avulsas e nem cupons”, ressaltou Rogério.

Mesmo com toda essa dinâmica nova de aplicativos para tentar frear a queda do faturamento, para o empresário ainda não é o ideal, visto que também acaba ocorrendo o corte de  funcionários.

“A pior parte de tudo isso foi ter que reduzir o número de funcionários durante o ano, o corte girou em torno de 50% no números de funcionários”, afirmou.

O desejo da equipe é que, com esse retorno gradativo e aquecimento no setor econômico local, seja possível que a operação antiga possa ser realidade novamente em todas as empresas, pois reconhece que muitas famílias dependem dessa renda.

 

 

Sócios do Biliskão

 

Rede social

Para aumentar as vendas, alguns estabelecimentos adotaram, além dos aplicativos de delivery, as redes sociais para criar mais afinidade com os possíveis clientes, e fidelizá-los. O atendimento, apesar de ser on-line, pode continuar seguindo o mesmo padrão de excelência de antes da pandemia.

“Utilizamos o WhatsApp como ferramenta de antecipação de pedido e também usamos os apps”, respondeu Gabriel Oliveira, sócio do Biliskão.

Apesar do retorno, os colaboradores do lanche ainda sentem por terem sidos obrigados a fazer o corte de pessoal. “Infelizmente, tivemos que reduzir, em quase 80%, nossos funcionários, mas esperamos que um dia possamos reunir toda a equipe novamente”, continuou.

Com o aumento no número de pedidos, consequentemente o número de motoboys nas ruas também subiu, alguns trabalham diretamente para a empresa, outros, terceirizam a função pelo apps, oportunidade para aqueles que têm uma motocicleta e precisaram fazer disso, uma fonte de renda.

“Enquanto tiver pedidos, tem corrida, e agora estou rodando mais do que antes da pandemia”, relatou Bruno Souza, 24, entregador cadastrado nos apps.

A esperança que fica para os empresários é que o retorno gradual e consciente possa voltar a aquecer cada vez mais o setor e proporcione o retorno dos empregos perdidos e, que aqueles surgidos nesse período, possam continuar trabalhando e levando o sustento para suas casas, como é o caso do Bruno.