
Ministra Marina Silva - Foto: (Fernando Donasci/MMA)
Brasília (DF) – Após técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recomendarem a negativa do plano apresentado pela Petrobras, para os estudos de exploração da margem equatorial, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, segue evitando novos entraves com o governo federal.
O presidente Lula (PT) já se posicionou sobre a liberação dos estudos na região. Em uma entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá, ele sinalizou que o Ibama está de “lenga-lenga”.
“Não é que vou mandar explorar, eu quero que seja explorado (…) O que não dá é ficar nesse lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo e está parecendo que é um órgão contra o governo”, disse Lula.
A recomendação dos especialistas, no entanto, não significa que o plano vai ser negado. O presidente do órgão vinculado à Marina Silva, Rodrigo Agostinho, deve dar a última palavra sobre o tema.
A ministra já afirmou na última semana que a decisão deve ser estritamente técnica, e o Ibama terá autonomia para conduzir a avaliação.
“Quem vai decidir são os técnicos do Ibama, pode ter certeza”, disse Marina ao O Globo.
Alcolumbre é favorável à exploração
O novo presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), defende abertamente a exploração de petróleo na Margem Equatorial. Em seu primeiro encontro com Lula, no Palácio do Planalto, tratou sobre o assunto e recebeu o aceno positivo do presidente.
O líder do governo, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), também é favorável à exploração.
A Petrobras já encaminhou cinco solicitações para o licenciamento, todos sem sucesso.
Segundo o senador Plínio Valério (PSDB), com Alcolumbre (União Brasil), existe uma esperança de que os estudos comecem, visto que existe uma narrativa para impedir a atuação na bacia.
“O governo federal quer, e petróleo é riqueza, (…) tenho esperança que isso saia. (…) Não é bom só para o Amapá, é bom para o Brasil todo, então eu tenho esperança, até porque não é favor nenhum”, disse o parlamentar.
Corte de Agostinho
Com a movimentação das peças no tabuleiro do governo federal, Agostinho corre o risco de ser cortado da equipe da ministra.
Na última semana, Lula trocou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, por Alexandre Padilha, que ocupava a Secretaria de Relações Institucionais. Com a vaga, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, assumiu o posto de Padilha na sexta-feira (28).
O nome do político foi alvo de especulações as quais supõem que ele deixaria a cadeira do Ibama e assumiria a Suplência da vaga de Tábata Amaral (PSB-SP) na Câmara. Isso porque o nome da deputada é cogitado para compor o núcleo ministerial de Lula, chefiando o Ministério da Ciência e Tecnologia, que hoje é ocupado pela engenheira eletricista, Luciana Barbosa, na reformulação que deve ser feita pelo presidente até o segundo semestre de 2025.
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