Manaus, 26 de abril de 2024
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Cenário

Epidemiologista da Fiocruz Amazônia acusa fundação de ignorar produção científica

Segundo Jesem Orellana, enquanto agências de notícias internacionais e sites científicos divulgam o trabalho dos pesquisadores, a Fiocruz tem ignorado as pesquisas

Epidemiologista da Fiocruz Amazônia acusa fundação de ignorar produção científica

(Foto: Divulgação)

O epidemiologista Jesem Orellana, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Amazônia, fez duras críticas a fundação nesta quarta-feira (3). Segundo ele, enquanto agências de notícias internacionais e sites científicos credenciados divulgam o trabalho dos pesquisadores, a Fiocruz tem ignorado as pesquisas.

“A comunicação institucional da Fiocruz, o que inclui a comunicação da minha unidade, Fiocruz/Amazônia, finge que não conhecem o trabalho que assino com outro colega da Fiocruz do RJ. Não importa se o artigo é um dos mais apreciados no portfólio do grupo ‘Nature’, um dos mais importantes do mundo científico. Importa mesmo é filtrar nossa produção e atuação”, diz o epidemiologista.

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O artigo a que Orellana se refere foi intitulado “Variabilidade da precipitação e resultados adversos de nascimento na Amazônia”, e publicado na última segunda-feira (1°) na revista Nature. O estudo aponta os impactos das mudanças climáticas da região amazônica na saúde da população local e conclui que mulheres grávidas expostas a extremas chuvas têm maior probabilidade de terem bebês com peso abaixo do normal.

“Mudanças estruturais são necessárias para reduzir as desigualdades, promover o empoderamento dos cidadãos e melhorar a responsabilidade social das instituições públicas”, afirma o estudo.

O cientista atribuiu a postura da Fundação a questões políticas. “Esse esforço, iniciado em 2020, quando contrariei os caprichos do presidente Bolsonaro sobre a eficácia do lockdown, é estéril e só apequena os responsáveis, que vivem buscando prestígio com política e não com a geração de conhecimento. Talvez prefiram as vantagens pessoais, acreditando que seus espúrios cargos são vitalícios”, afirmou.

Procurada pelo Portal AM1, a assessoria do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz/ Amazônia) informou que, em breve, se manifestará sobre o assunto.