Manaus, 7 de maio de 2024
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Cidades

Especialista alerta para o consumo de peixes contaminados

Segundo Anderson Lages, apesar de ainda não haver resultado para a causa das mortes dos peixes, a população deve ficar atenta para contaminação pela água.

Especialista alerta para o consumo de peixes contaminados

(Foto: Chico Batata)

Manaus (AM) – A vazante dos rios no Amazonas, que tem levado à mortandade de peixes, representa um perigo para a saúde de ribeirinhos, já que estes têm dificuldades para se deslocar em busca de alimentação.

Segundo especialista, a estiagem reduz o nível de oxigênio nos rios e lagos, causando a morte de uma das principais fontes de alimentação na região. Os alertas já vinhas sendo feitos contra o desmatamento, uso indiscriminado dos recursos naturais e a poluição dos rios com resíduos do garimpo ilegal.

Esses, entre outros fatores, são, conforme o professor Anderson Lages, pós-doutor em Clima e Ambiente, na área de Dinâmica Ambiental, pelo (INPA) Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

“Lançamento de material tóxico nos rios ou baixo teor de oxigênio, causado seca dos rios impossibilitam a dissolução do oxigênio e os peixes morrem pela falta de oxigênio”, explica o especialista.

Conforme Lages, os contaminantes não diluem com o baixo volume de água, ou seja, passam a fazer um mal maior à comunidade dos peixes. “Então, esses peixes podem chegar à mesa com anomalias, podem chegar fora das condições mínimas de qualidade e com doenças à mesa”, alertou o professor.

Porém, segundo especialista, ainda não há um resultado para a causa das mortes dos peixes, mas a população e os agentes públicos devem ficar atentos para a proliferação de doenças e contaminação pela água.

No Lago de Tefé, onde ocorreram as mortes dos botos, o Instituto Mamirauá divulgou nota informando que, neste final de semana, uma equipe deve atuar no monitoramento de animais vivos; recolhimento de carcaças; coleta de amostras para análise de doenças e da água e o monitoramento da temperatura do lago — outro fator levantado como uma das causas do fenômeno.

Até lá, a recomendação é que os moradores não usem os peixes para venda ou consumo, segundo Lages. “A falta de oxigênio propicia a proliferação de bactérias, de vírus, de fungos. Peixes pegos mortos trazem esse material e você não garante os critérios de higiene de como as pessoas vão se alimentar desse peixe. Não, de jeito nenhum, não é recomendado”, afirmou o professor.

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