Manaus, 20 de maio de 2024
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Cenário

Especialista diz que governo de Amazonino desconhece ciclo econômico

Especialista diz que governo de Amazonino desconhece ciclo econômico

Amazonino e o aumento da gasolina: falta de investimentos no setor compromete a atividade (Reprodução)

O economista Ailson Rezende criticou o governador Amazonino Mendes (PDT) dizendo que ele não entende de economia e por isso não há propostas para desoneração do setor de petróleo e gás, além de ausência de projetos de investimentos. Rezende comentou as críticas da Revista Veja, publicadas na semana passada, na Coluna Radar, contra a gestão do governador.

Amazonino e o aumento da gasolina: falta de investimentos no setor compromete a atividade (Reprodução)

A Veja apontou uma controvérsia na administração do candidato à reeleição,  que alterou a base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no segmento petroleiro do Estado, ocasionando a oneração da atividade. 

“Parece que ele não tem conhecimento de causa e rejeitou os investimentos. O governador poderia ter pensado assim: investimento ele impulsiona a produção, a produção sendo ampliada ela vai necessitar de empregados; quem tá desempregado vai ter oportunidade de emprego, e esse emprego vai trazer renda para a população, e ao mesmo tempo vai ter uma geração de impostos para ajudar o governo. Então ele não conhece esse ciclo, por isso que ele rejeitou”, comentou o economista.

A partir do último dia 17 de setembro, o preço do litro da gasolina comum nos postos de combustíveis, em Manaus, saiu de R$ 4,59 para R$ 4,99 e, em alguns estabelecimentos, o valor pode ultrapassar a R$ 5. No último dia 12, a Petrobras anunciou reajuste do preço do combustível em 0,98%, sendo o segundo aumento em menos de uma semana, sem que o governo de Amazonino adotasse uma medida para conter os aumentos sucessivos. Manaus está entre as dez capitais com a gasolina mais cara do país, segundo levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Produção industrial

Rezende defende que os investimentos poderiam beneficiar a produção industrial com a energia elétrica mais barata. “Quando se falou em trazer o gás a Manaus, a gente já imaginou a mudança da matriz energética. Você sabe que a gente paga energia cara porque ela é termoelétrica. Esse investimento poderia trazer um volume maior de gás para a capital. Isso poderia mudar a nossa matriz energética, fazer com que houvesse um barateamento na energia, pelo menos, para as empresas, pra diminuir o custo, porque a energia elétrica é um insumo de produção”.

Ainda de acordo com o especialista, a medida adotada pelo governo sobre o preço dos combustíveis, mudando a política tributária do estado, ameaça a geração de emprego e renda. “Se você olhar nossa economia, ela está maciçamente concentrada no Polo Industrial. Não temos crescimento o tempo todo”, concluiu.

Desoneração

Em maio deste ano, a Assembleia Legislativa do Estado (ALE) debateu a diminuição de impostos estaduais sobre os combustíveis. O deputado Serafim Corrêa (PSB) defendeu que o governo estadual reduza em 7% a carga tributária sobre o valor da gasolina e do diesel no Amazonas. O parlamentar explicou que do valor final que compõe a gasolina, 45% são de impostos estaduais e federais. Dessa fatia, 25% são de impostos estaduais.