Manaus (AM) – Em entrevista exclusiva ao Portal AM1, o comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMA), coronel Muniz, explica que os números de incêndios no Amazonas tiveram um aumento significativo e preocupante, nos últimos meses, e alerta para atenção neste período, pois segundo ele, estiagem é pior que enchente.
Só em agosto o Corpo de Bombeiros atendeu mais de 200 ocorrências de incêndio na capital amazonense, e em setembro os números ultrapassaram 300. Segundo Muniz, é um número grande comparado ao ano passado.
“Estamos vivendo a incidência muito forte do El Ñino e isso aumenta expressivamente aquelas áreas de vegetação seca que são muito propensas a incendiarem e causarem grandes danos, sejam eles de ordem natural, matando animais, ou sejam eles de contaminação do meio ambiente através da poluição do ar, por isso, é muito importante que todos nós nos envolvamos na solução”, comentou.
O coronel afirma, ainda, que esse ano, o Amazonas poderá viver a pior estiagem de todos os tempos, e esse fenômeno interfere diretamente nas atividades do Corpo de Bombeiros, uma vez que os rios são considerados estradas fluviais para locomoção de alguns municípios e comunidades ribeirinhas.
“Isso afeta também a atividade do corpo de bombeiros, porque o socorro demora a chegar se você não tem o leito do rio para fazer o transporte de gêneros, de combustível, de água potável, tudo isso afeta atividade não apenas do Corpo de Bombeiro, mais da Defesa Civil como um todo. Por isso eu digo, que estiagem é pior do que a enchente, porque na enchente você consegue prover toda a logística para as comunidades que estejam eventualmente afetadas, mas com a estiagem é mais difícil, porque você não tem a sua estrada natural que é o rio”, ressaltou.
Para tentar amenizar os impactos da estiagem e queimadas no Amazonas, no dia 7 de setembro, o Corpo de Bombeiros implantou uma sala de situação para monitorar via satélite os focos de calor nos municípios.
Além disso, o órgão tem se reunido com municípios para traçar estratégias de enfrentamento contra as queimadas, entendendo que estes, têm um papel relevante no combate às queimadas. Hoje o Corpo de Bombeiros conta com quase 500 servidores envolvidos em coordenações locais em 21 municípios, e parte desses servidores são brigadistas.
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