Brasília (DF) – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro ouve nesta quinta-feira (31) o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias.
Ele chefiava o GSI quando as invasões em Brasília aconteceram e deixou o cargo no dia 19 de abril, após a divulgação de vídeos nos quais ele aparece conversando com invasores do Palácio do Planalto.
A convocação de Gonçalves Dias foi objeto de aproximadamente 100 requerimentos. No início dos trabalhos, a CPMI chegou a rejeitar o depoimento do ex-ministro, mas, em junho, um acordo viabilizou a aprovação dos pedidos.
Entre os signatários dos requerimentos estão os deputados Rafael Brito (MDB-AL), Delegado Ramagem (PL-RJ), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Marco Feliciano (PL-SP), e os senadores Sergio Moro (União-PR), Magno Malta (PL-ES) e Izalci Lucas (PSDB-DF).
O depoimento do general G. Dias, como é conhecido, é visto pelos parlamentares de oposição como uma “peça chave” na tentativa de esclarecer “providências adotadas e o desdobramento das investigações conduzidas pelo governo federal”, como explica Moro.
Os parlamentares citam reportagem do jornal Folha de S.Paulo, segundo a qual o general mandou a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) adulterar os alertas enviados a ele sobre a ameaça de ataques, no relatório entregue ao Congresso Nacional. Atendendo ao general, teriam sido suprimidos 11 alertas enviados a G. Dias sobre as ameaças de invasão.
Além disso, os parlamentares citam os vídeos veiculados pela rede de TV CNN que registram a presença do general no interior do Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro, durante a invasão do prédio.
Em depoimento à CPI da Assembleia Legislativa do Distrito Federal, que também investiga os ataques antidemocráticos, Gonçalves Dias negou ter sido conivente com os golpistas que invadiram o Palácio do Planalto.
(*) Com informações Agência Câmara
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