Manaus, 19 de abril de 2024
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Política

Ex-ministro do Turismo pede suspeição de Renan na relatoria da CPI da Covid

Para Marcelo Álvaro Antonio, o fato do senador Renan Calheiros ser pai do governador do Alagoas coloca o senador sob suspeição

Ex-ministro do Turismo pede suspeição de Renan na relatoria da CPI da Covid

Foto: Valter Campanato

Brasília/DF – O ex-ministro do Turismo e atual deputado federal, Marcelo Álvaro Antonio (PSL-MG), protocolou na Procuradoria-Geral da República (PGR) a mudança do provável relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), baseando-se no princípio da suspeição, por Renan ser pai de um governador, objeto de investigação.

O senador Renan Calheiros é pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB). A CPI da Covid-19 deve ser instalada no Senado Federal entre quinta-feira (22) e terça-feira (27) que vêm.

Além de Renan Calheiros, o senador Jader Barbalho (MDB-PA) também é pai do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Jader Barbalho foi listado como suplente na CPI, no bloco que reúne os partidos MDB, Progressistas e Republicanos.

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“Cumpre salientar a necessidade de observar a natureza jurídica da CPI de hibridez e de controle desta, portanto, necessário é que o senador Renan Calheiros de se declarar suspeito, haja vista a natureza jurídica das CPIs de controle jurídico e político que possui, para que não haja um desvirtuamento destas e que não haja prejuízo para a população brasileira”, escreveu o deputado no documento encaminhado à PGR.

Visto como crítico do governo Bolsonaro, Renan Calheiros participa de um acordo entre integrantes da CPI para que seja escolhido como relator da investigação. O mesmo acordo estabelece que o senador Omar Aziz (PSD-AM) seja o presidente, e que Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ocupe a vice-presidência.

CPI da Covid-19

Inicialmente, a proposta da CPI da Covid-19 feita pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) era para investigar somente o enfrentamento da pandemia por parte do governo federal. Embora a proposta tenha conseguido reunir número superior às 27 assinaturas necessárias para ser levada adiante, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se recusou a fazê-lo.

Diante da recusa, os senadores Jorge Kajuru (Podemos-GO) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em decisão monocrática posteriormente confirmada pelo plenário do Supremo, o ministro Luís Roberto Barroso determinou a instalação da CPI.

Senadores mais alinhados com o governo Bolsonaro se movimentaram, então, para ampliar o escopo da investigação, de forma que o governo federal não fosse o único foco da comissão. Assim, a administração por estados e municípios do dinheiro destinado pela União ao enfrentamento da pandemia também acabou incorporada à investigação.

(*) Com informações da CNN