
(Foto: Celso Maia/Portal AM1)
Manaus (AM) – O vereador Zé Ricardo (PT), que participou da audiência de conciliação entre a Prefeitura de Manaus e o Ministério Público do Amazonas (MPAM) para tratar sobre o reajuste da tarifa de ônibus, afirmou ao Portal AM1, nesta quinta-feira (13), que o principal problema não foi resolvido: a falta transparência.
A audiência de conciliação foi suspensa após duas horas de discussão entre as partes e será retomada na próxima segunda-feira (17).
Ao Portal AM1, Zé Ricardo relatou que teve somente três minutos para se pronunciar sobre o assunto, cumprindo as regras impostas pela juíza de que não era permitido fazer do assunto um palanque político, uma vez que o objetivo era encontrar uma solução justa para a população.
Durante o debate, foram discutidos o custo do transporte, a segurança nos ônibus e, principalmente, o impacto da tarifa para os passageiros.
A Prefeitura de Manaus e o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) propuseram um novo valor para as passagens:
– R$ 4,50 para quem está no Cadastro Único (CadÚnico);
– R$ 5,00 para os demais usuários;
– e R$ 6,00 para o vale-transporte pago pelas empresas.
O MPAM concordou com esses valores, mas pediu algumas condições como a melhora na frota de ônibus, auditoria nos custos das empresas e cumprimento de acordos anteriores. A decisão final deve ser tomada na audiência de segunda-feira, quando o acordo deve ser formalizado após as propostas serem levadas ao prefeito David Almeida.
“Se houve esse encaminhamento final, o que acontece? Continuou o mesmo problema. A tarifa não tem transparência, não tem planilha de custo. O fato de solicitar uma auditoria significa isso. É que, perante a Justiça, não vai apresentar o detalhamento necessário para comprovar qual é o valor real da tarifa. E, ao mesmo tempo, por que o município está pagando um subsídio tão elevado? Quer dizer, um valor que sai do recurso da prefeitura, do seu orçamento, é destinado às empresas. Isso dá mais de meio bilhão de reais por ano”, disse o vereador sobre a proposta.
O vereador também mencionou que o acordo não resolve outra questão crucial: o descumprimento, por parte das empresas, das obrigações contratuais relacionadas à renovação da frota.
“Isso não vai resolver outro problema também, que é o não comprimento por parte da empresa, do contrato em relação à renovação da frota que está envelhecida e diminuindo a quantidade, prejudicando a população. Isso é notório diariamente nas ruas, com ônibus com problemas mecânicos, paralisados e a reclamação da população. Portanto, não trouxe nenhum avanço no sentido de melhorarmos o sistema de transporte. Enquanto não tiver um estudo detalhado da planilha de custo, a população vai estar pagando uma tarifa cara, a prefeitura está repassando dinheiro para as empresas e o nosso sistema de transporte não melhora, continua deficitário e precário”, concluiu.
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