Famílias denunciam tortura e até falta de água para detentos em Manaus

Foto: Andressa Libório / Portal AM1

MANAUS, AM – Familiares de detentos realizaram uma manifestação nesta segunda-feira (26), por melhores condições no sistema penitenciário do Amazonas. Os manifestantes fecharam as vias em frente ao Fórum Ministro Henoch Reis, bairro Aleixo, zona Centro-Sul de Manaus.

Entre as pautas do protesto, as famílias denunciaram o descaso com os detentos. Segundo uma familiar, os agentes penitenciário estavam negando alimentação e água para os presos. “Eu fui visitar meu filho e ele estava há 5 dias sem beber água”, afirmou.

Além disso, as famílias dos presos afirmam que as celas estão superlotadas e ainda comentaram sobre o preconceito que os detentos sofrem dentro do presídio. “Eles estão pagando pelo erro que cometeram, mas eles têm o direito de comer, de beber, de ter a hora de lazer”, disse.

De acordo com as manifestantes, os diretores do presídio colocam os detentos em castigo sem motivo, com a justificativa de que são líderes de facções criminosas.

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O protesto também abordou melhor condição para as famílias que vão visitar os presos. Segundo uma manifestante, muitas vezes esposas ou mães de presidiários enfrentam filas para realizar a visita e são acusadas de transportar materiais ilícitos para dentro da cadeia.

“Eles não dão o direito da gente reagir, eles mandam voltar pra casa. Falamos para os agentes nos levarem par a delegacia, para provar se temos algo, e eles se recusam afirmando que temos alguma coia dentro das bolsas”, explicou.

Os manifestantes ainda comentara que nas visitas são maltratados, principalmente e for mulher. De acordo com eles, os policiais tratam os visitantes com desprezo e, caso levantem a cabeça durante a revista, são mandados embora. “Estamos indo lá porque amamos, mas não precisamos passar por essa humilhação”, disse.

Ainda segundo os familiares, a polícia pratica tortura com os detentos, levando cães farejadores para morder os presos. “Eles ficam fazendo judiação, e depois dessa manifestação os agentes iam bater em todos eles por nossa causa”, revelou.

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De acordo com uma manifestante que não quis se identificar, Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), afirmou que o protesto foi marcado por uma organização criminosa com pessoas pagas. “Somos familiares de presos, não queremos luxo. Queremos apenas água, comida e material de higiene”, afirmou.

Sobre estarem sendo pagas para protestarem, a manifestante declarou que não receberam dinheiro algum de facção. “Ser familiar de preso e reivindicar não foi crime. Eles estão lá dentro e não podem fazer nada, mas nós podemos!”, comentou.

Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) pontuou que os integrantes do órgão e reuniram na última sexta-feira (23), para alinhar adoção de medidas de segurança nas unidades prisionais de Manaus. Sobre as pautas reivindicadas, a secretaria afirmou que segue a Lei de Execução Penal e estão trabalhando sério para dar um tratamento mais humanizado dentro do sistema.