Feriado de Páscoa tem alta no preço dos combustíveis em Manaus

Preço da gasolina chegou a custar R$ 6,59 em Manaus (Foto: Del Lima/Portal AM1)

Manaus (AM) – A média de preços dos combustíveis baixou na última semana de março, segundo pesquisa semanal de preços divulgada nesta quinta-feira Pelo Procon-AM. Porém, os motoristas dizem que a realidade dos preços é outra.

Na prática, o preço nos posto de gasolina é maior do que a mádia divulgada pelo Procon-AM. Em um posto de gasolina do bairro Parque Dez de Novembro, zona Centro-Sul de Manaus, o litro da gasolina custa R$ 6,59. Em outros cinco postos visitados pela equipe do Portal AM1, o valor é o mesmo.

Conforme a lista divulgada pelo Procon-AM, o preço médio da gasolina comum era R$ 6,27 na pesquisa anterior (24/03), já os números da pesquisa divulgada hoje mostra que a gasolina custa, em média, R$ 5,99, o que não condiz com a realidade.

Outro combustível que apresenta valor superior ao informado pelo Procon-AM é o Etanol, que na pesquisa do dia 30 aparece com o valor de R$ 4,25, mas nos postos vistos pelo AM1, o valor é de R$ 4,89.

Para o motorista de aplicativo Vanderlei Lima, de 46 anos, o aumento prejudica a todos. “Isso Traz dificuldade para todo mundo, principalmente para quem trabalha com a gasolina. Para motorista de aplicativo que quiser uma renda maior, vai ter que trabalhar mais ainda. Esse aumento traz dificuldade para todo mundo porque afeta os valores das coisas”, disse Vanderlei.

O aumento também coincide com o feriado da Semana Santa, quando muitas famílias saem de Manaus para visitar parentes nos municípios vizinhos ou simplesmente aproveitam os dias de folga para descansar fora da cidade. Mas com alta do combustível, algumas famílias tiveram que desistir do passeio.

É o caso do motorista de aplicativo Murylo Vieira, de 37 anos, que contou ao AM1 que ele gosta de ir para Presidente Figueiredo, a 127 quilômetros de Manaus. “O aumento do combustível tira até o ânimo, porque a gente trabalha tanto e quando aparece a oportunidade de um descanso, uma folga em família, a gente é obrigado a desistir porque o gasto com um passeio pode tirar de algo no futuro, um boleto, uma peça no carro. Infelizmente é isso”, lamentou Murylo.

Murylo disse que é necessário investigar os aumentos frequentes nos postos de gasolina. “A gente sabe que o aumento dos combustíveis está relacionado ao aumento dos impostos. Porém, colocar a culpa somente nisso é ignorar que os donos de postos igualam os preços. Onde já se viu isso? Mas e quando acontece a diminuição dos impostos, por que os empresários não diminuem os preços dos combustíveis?”, questionou o motorista.

Para Murylo, não existe transparência nos cálculos dos impostos nos preços. “Não é possível que não haja irregularidade nesse sobe e desce dos preços. Aliás, mais sobe do que desce. Quando tem aumento, é de quase um Real, mas quando é pra baixar, são apenas centavos. Essa conta não bate”, afirmou Murylo.

Cartel internacional e mudança no ICMS

Outros dois fatores devem contribuir com a alta ainda maior nos preços dos combustíveis. Uma delas é o anúncio de redução na produção diária de barril de petróleo anunciada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), grupo formado por grandes produtores de petróleo. A redução anunciada no último domingo (2) é para elevar o preço do petróleo no mercado internacional.

Além da expectativa gerada pelo anúncio da Opep, aqui no Brasil também aguarda a mudança na forma de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Marcada para acontecer no dia 1º de maio, isso para o diesel e gás de cozinha, a alíquota que é de no máximo 18%, terá um preço fixo no litro de combustível para todos os Estados. Para a gasolina e o etanol, a mudança ocorrerá no dia 1º de junho.

O resultado é que a alta do preço do petróleo internacional e a mudança na cobrança do ICMS colocam pressão nos preços dos combustíveis e na inflação em todo o mundo.

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