Brasília (DF) – Militares da Aeronáutica, do Exército e da Marinha voltaram a distribuir, nesta segunda-feira (8), alimentos destinados às aldeias localizadas no interior da Terra Indígena Yanomami, em Roraima e parte do Amazonas.
Mais de 12 mil cestas básicas, disponibilizadas por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), serão transportadas nos próximos dias, para o enfrentamento à situação de emergência em saúde pública e insegurança alimentar, na chamada Operação Yanomami.
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), cada cesta contém até 21,5 quilos e é composta por arroz, leite em pó integral, farinha de mandioca, castanha-do-Brasil, flocos de milho, sardinha e carne dessalgada.
De acordo com a Aeronáutica, mais de 430 mil quilos de alimentos, medicamentos e outros suprimentos já foram entregues às comunidades, com o apoio militar, desde o dia 3 de fevereiro, quando o governo federal deflagrou a Operação Yanomami que estabelece “medidas para enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e de combate ao garimpo ilegal no território Yanomami a serem adotadas por órgãos da administração federal”.
Embora a investida de garimpeiros e madeireiros contra o território Yanomami e suas consequências sejam denunciadas há tempos, a grave crise humanitária que as comunidades desta etnia vêm enfrentando nos últimos anos chamou a atenção da sociedade em geral e da imprensa no início deste ano.
A divulgação de imagens de crianças e adultos indígenas Yanomami desnutridos motivou o governo federal a implementar, na segunda quinzena de janeiro, uma série de ações para socorrer comunidades locais e retirar os não indígenas da área destinada ao usufruto exclusivo indígena.
O Ministério da Saúde informou que, nos últimos anos, ao menos 570 crianças indígenas morreram por desnutrição e outras causas evitáveis, e que só em 2022 foram confirmados 11.530 casos de malária no interior da terra indígena.
Falta de assistência
A pasta declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para combater a falta de assistência sanitária aos Yanomami. Militares das Forças Armadas foram mobilizados para distribuir alimentos e prestar atendimento médico aos moradores de comunidades de difícil acesso.
A Aeronáutica passou a limitar o acesso aéreo à área, visando impedir a chegada de novos garimpeiros e, principalmente, o abastecimento dos que já estavam ilegalmente na região. Além disso, as forças de segurança terrestres foram reforçadas para retirar os não indígenas da reserva.
Homologada há 31 anos, a Terra Indígena Yanomami abrange uma extensa área de Roraima, além de uma parte do estado do Amazonas, totalizando cerca de 9,6 milhões de hectares, onde, segundo o governo federal, vivem mais de 30,4 mil habitantes. Cada hectare corresponde, aproximadamente, às medidas de um campo oficial de futebol.
(*) Com informações da Agência Brasil
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