Manaus, 1 de junho de 2024
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Cidades

Gustavo Sotero depõe nesta sexta-feira, último dia do julgamento

Sentença deve ser conhecida após o julgamento. Advogados do delegado da Polícia Civil defendem a legítima defesa. Acusação quer a condenação

Gustavo Sotero depõe nesta sexta-feira, último dia do julgamento

Delegado Gustavo Sotero vai depor nesta sexta-feira, 29 (Foto: Carlos Bolívar/Amazonas1)

Acusado de matar o advogado Wilson Justo Filho na madrugada de 25 de novembro de 2017, na casa noturna Porão do Alemão, na Zona Oeste de Manaus, o delegado da Polícia Civil, Gustavo Sotero, será o primeiro a depor no terceiro dia de julgamento, nesta sexta-feira, 29. Após o depoimento, os advogados de defesa e de acusação irão apresentar suas alegações finais e terão uma hora e meia para ambas as partes, com réplica e tréplica.

Nesta sexta também é esperada a sentença do julgamento, quando deve sair a decisão do júri sobre uma condenação ou não do delegado da Polícia Civil.

Os advogados de Sotero trabalham e defendem a sua inocência, alegando legítima defesa. A acusação pede a condenação. Esse conflito permeou todo o julgamento, nos dois dias de oitivas.

Para o promotor de Justiça, George Pestana, os questionamentos, tensões e discussões ocorridos ao longo do julgamento são normais. 

“É um processo normal a defesa questionar; o Ministério Público questionar; o juiz decidir essas arguições no próprio plenário e o processo caminhar. O fato de ser alongado demanda da própria complexidade do júri, por que é um júri que tem uma perícia oficial e tem dois pareceres tanto da defesa quanto do Ministério Público da acusação, e esses pareceres estão sendo discutidos agora, estão sendo discutidos na forma do contraditório com muito respeito e caminhando, esses questionamentos sempre vão existir”, disse o promotor.

Promotor George Pestana (Foto: Carlos Bolívar/Amazonas1)

Pestana acrescentou ainda que a atuação, de ambos lados: defesa e acusação, é uma estratégia que tem que ser seguida de forma a defender o cliente. “Tudo no Tribunal do Júri é estratégia, ninguém vem pra cá sem estratégia, você tem um plano “x” e você trabalha em cima desse plano”, disse.

Questionado sobre a argumentação do advogado de Sotero, Cláudio Delladone, sobre uma suposta agressão de Alexandre Mascarenhas contra o delegado, o promotor disse que “declaração não condiz com realidade”.

Advogado de Sotero, Cláudio Delladone (Foto: Carlos Bolívar/Amazonas1)

Segundo Pestana, nem na fase inicial do inquérito policial, como em sua defesa na corregedoria como durante o sumário de culpa quando ouvido, em momento algum Sotero cita uma agressão que teria sofrido por Alexandre. “Ele sustenta sempre que estaria se defendendo da vítima fatal (Wilson) e neste julgamento, para nossa surpresa, aparece mais um suposto agressor, mas as imagens são contundentes vão ser mostradas no plenário e a gente acredita que o jurado, de acordo com as teses, tome a melhor decisão, que nós acreditamos seja uma decisão condenatória de tudo que foi exposto e tudo que é circunstanciado e até mostrado nos vídeos”, argumentou.

Questionado se essa nova informação não mudaria o curso do julgamento, o assistente de acusação, que representa a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM), Anielo Aufero, disse que as provas já foram postas e que não existe “prova nova” ou “surpresa”. “A imagem é clara e, em nenhum momento há esse tipo de agressão, apenas uma tentativa de apaziguar. O vídeo já está dentro dos autos e a perícia demonstrou tecnicamente que não existe um ataque”, explicou.

Em dois dias de julgamento, já foram ouvidos 14 testemunhas, entre elas a viúva de Wilson, Fabíola Rodrigues Pinto de Oliveira, e o dono do Porão do Alemão, William Lauschner, além dos peritos Ricardo Molina, da acusação e, Jussara Joeckel, da defesa.