Manaus, 7 de maio de 2024
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Política

Heleno diz tomar ‘dois Lexotan na veia por dia’ para não levar Bolsonaro a agir contra STF

A declaração do general é reflexo dos conflitos políticos protagonizados por Bolsonaro e os ministros do STF

Heleno diz tomar ‘dois Lexotan na veia por dia’ para não levar Bolsonaro a agir contra STF

Foto: Divulgação

Brasília – Em áudio vazado nessa terça-feira (14), o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, um dos aliados mais próximos ao presidente Jair Bolsonaro (PL), faz duros ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e diz que tem tomado remédios “na veia” diariamente e, assim, não levar o chefe do Executivo a “uma atitude mais drástica”. O áudio foi divulgado pelo jornalista Guilherme Amado, do site “Metrópoles”.

“Temos um dos poderes que resolveu assumir uma hegemonia que não lhe pertence, não é… não pode fazer isso, está tentando esticar a corda até arrebentar. Nós estamos assistindo a isso diariamente, principalmente da parte de dois ou três ministros do STF (…) E que eu, particularmente, que sou o responsável, entre aspas, por manter o presidente informado… eu tenho que tomar dois Lexotan na veia por dia para não levar o presidente a tomar uma atitude mais drástica em relação às atitudes que são tomadas por esse STF que está aí”, disse.

O Lexotan citado por Heleno é um medicamento indicado para ansiedade, tensão e outras queixas físicas ou psicológicas associadas à síndrome de ansiedade.

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Segundo a publicação, a declaração de Heleno teria ocorrido ontem, durante a formatura do Curso de Aperfeiçoamento e Inteligência, para agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

O presidente Bolsonaro tem administrado uma gestão recheada de conflitos públicos com outras instituições, mas principalmente o STF.

O ápice da crise institucional ocorreu em meados de setembro, quando Bolsonaro decidiu levar para as ruas uma multidão apoiada a pautas autoritárias e golpistas. Em um dos discursos, o mandatário ameaçou emparedar ministros da Suprema Corte e jogar fora das quatro linhas da Constituição para eventual ruptura institucional.

Ainda no áudio obtido por “Metrópoles”, Heleno afirmou que o país tem uma perspectiva “cruel” para 2022 por não produzir uma vacina contra a Covid-19.

O ministro diz que a guerra pela venda de imunizantes é “suja e movida a muito dinheiro”. “E o Brasil está correndo atrás. Já comentou várias vezes que está produzindo a vacina, não sei o quê, mas está passando o tempo da pandemia e a vacina brasileira ainda não está disponível”, comentou.

“Então nós estamos gastando dinheiro que nem temos para poder manter esse nível de vacinação que nós temos hoje, invejável, porque nós não somos produtores da vacina. Um nível invejável de vacinação. Então nós estamos caminhando para um ano extremamente difícil no Brasil. Poucos países têm uma perspectiva tão cruel de 2022 quanto o Brasil”, declarou.

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