Manaus, 28 de abril de 2024
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Economia

IPI: Fieam critica Paulo Guedes por nova ameaça a refrigerantes da ZFM: ‘acha que sabe de tudo’

Segundo Nelson Azevedo, essa ameaça contra os incentivos das fábricas de refrigerante não prejudica somente a capital, mas atinge também o interior do Estado, nos municípios onde são produzidos a cana-de-açúcar e o fruto do guaraná

IPI: Fieam critica Paulo Guedes por nova ameaça a refrigerantes da ZFM: ‘acha que sabe de tudo’

Foto: Divulgação|Aleam

Manaus (AM) O 1º vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, disse ao Portal AM1 nesta quinta-feira (7), que o momento de incerteza jurídica pelo qual passa a Zona Franca de Manaus é preocupante. “Sempre que acontece uma ameaça dessas, o empresário fica apreensivo, e não é de hoje que o senhor ministro da Economia, que acha que sabe de tudo, não analisa que as Regiões Norte e Nordeste têm mais dificuldades devidos às suas peculiaridades e quer cortar incentivos tributários, o IPI”.

Segundo Nelson Azevedo, essa ameaça contra os incentivos das fábricas de refrigerante não prejudica somente a capital, onde estão concentradas as fábricas como a Coca-Cola e Ambev, que por si só já garantem empregos para milhares de amazonenses, mas atinge também o interior do Estado, nos municípios onde são produzidos a cana-de-açúcar e o fruto do guaraná, de onde se tira a matéria-prima.

São muitas pessoas trabalhando em toda essa estrutura que vão perder; impacto é gigantesco. O governo federal já emitiu dois decretos de redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI)

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Ainda conforme 1º vice-presidente da Fieam, “em caso de qualquer uma dessas empresas decidirem que não é vantajoso permanecer no Polo Industrial de Manaus (PIM), quem perde é o país inteiro, pois não ficarão nem mais no Brasil, irão para outros países.”

“É hora de nossos políticos esquecerem que é ano de eleição e se unirem em prol do Amazonas e deixar a briga partidária para depois. Agora é o momento de todo mundo dar as mãos e reinvidicar, pois é sempre isso, ameaças em cima da ameaças”, pontuou Nelson Azevedo, que descreveu a situação das BRs no Amazonas, que estão intrafegáveis e dificultam o transporte de cargas pesadas.

Ameaça

Desde o mês de fevereiro que o governo federal vem anunciado medidas econômicas das quais tem deixado o Polo Industrial de Manaus (PIM) em desvantagens, tanto para as montadoras como para as fábricas do seguimento de duas rodas, produtos de informática e, agora, mais essa intimidação para os fabricantes de refrigerantes do PIM.

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Matéria veiculada na Folha de S. Paulo, nessa quarta-feira (6), indica que mais um produto deve ter os incentivos tributários cortados, como forma de compensar a renegociação de dívidas de Microempreendedores Individuais (MEIs).

O texto diz que, a princípio, o governo teria escolhido elevar a tributação dos bancos, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, porém a forte pressão da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) fez com que os olhos do governo novamente se voltassem para o PIM, e que de acordo com os empresários […] “Não é de agora que o Polo Industrial de Manaus sofre ataques, e vive à mercê do governo, que não oferece nenhuma melhoria para o Estado, e ainda quer retirar os poucos incentivos que tem.”

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“O ministro Guedes só olha a situação dos empresários da Região Sudeste do Brasil, ele não vê que aqui no Amazonas as nossas estradas são os nosso rios, que nem estrutura para o transporte tem, pois não há sinalização, e muitos outros problemas são enfrentados, que chegam a colocar em risco a vida dos trabalhadores!”, disparou Azevedo.

Greve

Referente aos rumores que circulam de que estaria sendo programada uma greve no Polo Industrial de Manaus para esta sexta-feira (8), segundo Nelson Azevedo, não é verdade.

“Eu lhe garanto que, como membro da diretoria da Fieam e como empresário e ainda em nome do Sindicato Patronal, veja bem, estou falando Patronal e não Laboral, não existe essa história das fábricas pararem. Já estamos com tantos problemas e ainda vamos fechar as portas? Isso não existe!”, assegurou Azevedo.

Azevedo também informou que as reuniões entre a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) o Serviço Social da Indústria (Sesi) e demais instituições ligadas às indústrias e também os sindicatos estão se reunindo, buscando formas para lidar com essa situação apresentada pelo governo federal.

Porém, pessoas dos movimentos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de movimentos sindicais laborais planejam se reunir, nesta sexta (8), por volta das 7h, em frente ao prédio da Suframa para uma manifestação pacífica.