Manaus, 2 de maio de 2024
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Cenário

Joana e Alessandra são opções para vice de Cidade em possível chapa do UB

A indicação para vice de Roberto Cidade deve sair a partir do governador Wilson Lima, que é do mesmo partido do presidente da Aleam.

Joana e Alessandra são opções para vice de Cidade em possível chapa do UB

(Foto: Aleam)

Manaus (AM) – Dois nomes femininos podem compor a chapa de Roberto Cidade (União Brasil) para concorrer à Prefeitura de Manaus neste ano de eleições municipais: a deputada estadual Alessandra Campelo (Podemos), recentemente, um dos nomes ventilados como possível pré-candidata, teve votação expressiva nas eleições de 2022, quando foi reeleita com 48.533 mil votos.

Joana Darc (UB) — eleita com 87.182 mil votos – foi a segunda mais bem votada no pleito, perdendo apenas para Roberto Cidade, atual presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que obteve 105.510 mil votos.

A indicação deve sair do governador Wilson Lima, que é do mesmo partido de Cidade, caso o governador decida romper definitivamente com o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), apoiador de Lima à reeleição em 2022, e que também busca permanecer na cadeira de prefeito.

Muito poder implica mais responsabilidade

Conforme o analista político Carlos Santiago, Wilson Lima tem muitos aliados na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) que controlam os partidos, mas muitos desses políticos aliados querem ser escolhidos para compor a chapa que o governador apoiar. Para Santiago, ter aliados é bom por muitos motivos, mas também requer jogo de cintura nos momentos de decisão.

“Nem todos serão contemplados na chapa governista, por isso que Wilson Lima deve apoiar não somente uma chapa preferencial, mas também outras chapas de aliados, até porque o governador não quer se indispor com seus aliados. [Wilson Lima] Terá que administrar essa relação com o governo dele com os possíveis candidatos à Prefeitura de Manaus da sua base de apoio”, pondera Santiago.

Carlos Santiago avalia que os nomes de Alessandra Campelo, Joana Darc e de outros parlamentares serão avaliados pela principal chapa governista, que está se formando em torno de Roberto Cidade.

“O que pesa contra elas é que o governador e Roberto Cidade certamente irão buscar ampliar a coligação majoritária se Roberto for, de fato, candidato preferencial do governador, incluindo outros partidos e outras lideranças que estão além da aba do governo, o que dificulta muito indicações para vice de Roberto, de pessoas próximas ou que já estão na base do governo estadual”, disse.

Porém, segundo Santiago, se não for possível agregar novos partidos e novas lideranças, uma chapa 100% da base do governo vai encontrar nomes como o de Alessandra Campelo e Joana Darc, consideradas por Santiago como parlamentares “experientes” e que já provaram que são competentes nas eleições, pois alcançaram votações expressivas.

Alessandra está em seu terceiro mandato como deputada estadual, mas nem sempre foi da base aliada do governador Wilson Lima, já que na primeira eleição para a Aleam, em 2014, estava no PCdoB. Em 2018, já pelo MDB, de Eduardo Braga, foi reeleita deputada estadual.

A então emedebista deixou a Aleam para assumir o comando da Secretaria Estadual de Assistência Social (Seas), se aproximando de Wilson em seu primeiro mandato como governador. Em 2022, deixou o MDB para concorrer pelo PSC, mesma sigla de Wilson, na época, rompendo de vez com o então senador Braga.

Em agosto do ano passado, Alessandra Campêlo (Podemos) confirmou ao Portal AM1 que colocou o nome à disposição para disputar as eleições de 2024 e concorrer à Prefeitura de Manaus.

“Por ter experiência no Poder Executivo, por ter experiências exitosas em diversas secretarias e pela experiência acumulada nessa vida de política, me coloco, sim, à disposição do grupo do governador Wilson Lima como um nome de uma mulher preparada para esse desafio”, disse.

Densidade eleitoral

Como no jogo político o que vale é a articulação e o poder financeiro, o provável é que, para compor com Roberto Cidade, a vice deve pertencer a um parido que agregue tempo de Televisão e dinheiro para financiar a campanha. Nesse caso, entretanto, quem mais agrega é Alessandra, que pode levar tempo de TV e dinheiro do Fundo Eleitoral do Podemos. Como Joana é do mesmo partido de Cidade, ela acaba não somando forças. É o que explica o analista político Helso Ribeiro.

“Alessandra Campelo e Joana Darc são deputadas com densidade eleitoral. Elas foram muito bem votadas, agora, eu acredito que Joana Darc é do partido do Roberto Cidade, então, uma chapa puro-sangue eu não sei se vinga. Vejo com simpatia uma chapa mista com homem e mulher, independente de quem vem na cabeça”, disse Helso.

Para o analista, duas datas ainda irão gerar muitas especulações: a primeira é no final de março, quando acaba o prazo para as filiações partidárias. Até lá, o tabuleiro ainda vai ser palco de mudanças. Alguns secretários, tanto do governo quanto da prefeitura, devem deixar os cargos para se candidatar.

A outra data, considerada crucial para o pleito, segundo Helso, é no final de julho, começo de agosto, são as convenções.

“Até lá, muita coisa vai ser especulada. No caso das duas, elas não perdem nada, pois elas estão no mandato e, às vezes, elas até querem que os nomes delas sejam colocados nos holofotes. Quando Wilson Lima foi eleito na primeira vezes, lá em 2018, ele não elegeu nenhum deputado, então, todo muito, teoricamente, era oposição a ele, e as duas, durante o primeiro mandato, se aliaram ao Wilson Lima, são pessoas que, hoje, contam com a confiança dele”, concluiu.

Questionadas pelo Portal AM1 sobre a possível indicação, as deputadas Alessandra Campêlo e Joana Darc não quiseram se manifestar.

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