Uma jovem indígena, de 20 anos, da Aldeia Santa Rosa (AM), foi resgatada de um trabalho análogo ao escravo no Jardim Paulista, São José dos Campos (SP), na última terça-feira, 3. Os responsáveis que mantinham a jovem em cativeiro, um casal não identificado, foram presos durante operação da Polícia Federal e Ministério Público do Trabalho (MPT).
De acordo com o MPT, a vítima teve o primeiro contato com o casal em Manaus, onde trabalhou por cinco meses até ser levada para o interior de São Paulo.
A proposta era que ela trabalhasse como babá de uma criança de dois anos e receberia R$ 500 por mês. Investigações do MPT descobriram que os pagamentos cessaram em março.
Sem contato com a família ou ter alguém para recorrer, a jovem permaneceu no serviço sem folgas e remuneração. Após o resgate, ela contou à polícia que deixou a aldeia para ajudar a família. O caso só foi descoberto após uma denúncia anônima.
“Ela nos relatou que cuidava dos afazeres da casa, cozinhava, cuidada do bebê e de uma pessoa idosa. Ela estava sem receber desde março, era uma situação muito grave, em que a jovem vivia em situação de isolamento. É preciso ter em mente que o trabalho forçado não é só o provocado por grave ameaça, mas também o que é conduzido por falsa promessa e aliciamento”, disse a procuradora do caso, Mayla Alberti, ao G1.
O casal foi preso em flagrante e vai responder por tráfico de pessoas. Eles assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para quitar os salários e benefícios atrasados, além de custear a viagem da vítima de volta à aldeia.
Os suspeitos passarão por audiência de custódia nesta quinta-feira, 5. A identidade dos envolvidos não foi revelada.
(*) Com informações do G1
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