A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira, 5, nova fase da operação Lava Jato para investigar o suposto pagamento de propinas bilionárias a funcionários da Petrobras por vantagens na aquisição de derivados de petróleo.
Empresas com atuação internacional teriam pago ao menos US$ 31 milhões em propinas entre 2009 e 2014, segundo o Ministério Público Federal no Paraná. A investigação não descarta a possibilidade de que o suposto esquema tenha tido continuidade “até os dias atuais, na área de trading com diversas ramificações internacionais”, afirma a PF.
A operação recebeu o nome de ‘Sem Limites’, em referência “à transnacionalidade dos crimes praticados (que ocorrem em diversos locais no país e no exterior), à ausência de limites legais para as operações comerciais realizadas e à busca desenfreada e permanente por ganhos de todos os envolvidos”, disse a PF em nota.
Estão sendo executados 11 mandados de prisão preventiva, 27 de busca e apreensão, além de sequestros de imóveis e bloqueio de valores dos suspeitos. Procurada, a Petrobras não respondeu de imediato a um pedido de comentário. Em fases anteriores da Lava Jato, a empresa afirmou que vem colaborando com as investigações e que é reconhecida pelas autoridades no Brasil e no exterior como vítima dos atos desvendados pela Lava Jato.
Dentre as empresas investigadas com atuação internacional, estão gigantes com faturamento superior ao da Petrobras, como Vitol, Trafigura e Glencore. Há suspeitas de que, entre 2011 e 2014, essas três empresas efetuaram pagamentos de propinas para intermediários e funcionários da Petrobras nos montantes, respectivamente, de US$ 5,1, US$ 6,1 e US$ 4,1 milhões, relacionadas a mais de 160 operações de compra e venda de derivados de petróleo e aluguel de tanques para estocagem, segundo a procuradoria.
Outras trading companhias continuam sendo investigadas por suspeitas de pagamento de propinas. Em troca das propinas, as empresas seriam beneficiadas com preços mais vantajosos e contratos mais frequentes.
*Com informações da Folhapress
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