Manaus, 18 de maio de 2024
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Brasil

Lava Jato apura esquema de corrupção na área de trading da Petrobras

Dentre as empresas investigadas com atuação internacional, estão gigantes com faturamento superior ao da Petrobras, como Vitol, Trafigura e Glencore

Lava Jato apura esquema de corrupção na área de trading da Petrobras

Movimentação na sede da Polícia Federal, no Rio de Janeiro (RJ), durante a 57ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta quarta-feira (5) - (Foto: José Lucena/Folhapress)

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira, 5, nova fase da operação Lava Jato para investigar o suposto pagamento de propinas bilionárias a funcionários da Petrobras por vantagens na aquisição de derivados de petróleo.

Empresas com atuação internacional teriam pago ao menos US$ 31 milhões em propinas entre 2009 e 2014, segundo o Ministério Público Federal no Paraná. A investigação não descarta a possibilidade de que o suposto esquema tenha tido continuidade “até os dias atuais, na área de trading com diversas ramificações internacionais”, afirma a PF.

Movimentação na sede da Polícia Federal, no Rio de Janeiro (RJ), durante a 57ª fase da Operação Lava Jato – (Foto: José Lucena/Folhapress)

A operação recebeu o nome de ‘Sem Limites’, em referência “à transnacionalidade dos crimes praticados (que ocorrem em diversos locais no país e no exterior), à ausência de limites legais para as operações comerciais realizadas e à busca desenfreada e permanente por ganhos de todos os envolvidos”, disse a PF em nota.

Estão sendo executados 11 mandados de prisão preventiva, 27 de busca e apreensão, além de sequestros de imóveis e bloqueio de valores dos suspeitos. Procurada, a Petrobras não respondeu de imediato a um pedido de comentário. Em fases anteriores da Lava Jato, a empresa afirmou que vem colaborando com as investigações e que é reconhecida pelas autoridades no Brasil e no exterior como vítima dos atos desvendados pela Lava Jato.

Dentre as empresas investigadas com atuação internacional, estão gigantes com faturamento superior ao da Petrobras, como Vitol, Trafigura e Glencore. Há suspeitas de que, entre 2011 e 2014, essas três empresas efetuaram pagamentos de propinas para intermediários e funcionários da Petrobras nos montantes, respectivamente, de US$ 5,1, US$ 6,1 e US$ 4,1 milhões, relacionadas a mais de 160 operações de compra e venda de derivados de petróleo e aluguel de tanques para estocagem, segundo a procuradoria.

Outras trading companhias continuam sendo investigadas por suspeitas de pagamento de propinas. Em troca das propinas, as empresas seriam beneficiadas com preços mais vantajosos e contratos mais frequentes.

 

*Com informações da Folhapress