Manaus, 27 de abril de 2024
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Cenário

Lixão em Parintins é bomba-relógio prestes a explodir, diz Ibama

O acordo entre prefeitura e órgãos de controle para fechar o lixão nunca foi colocado em prática.

Lixão em Parintins é bomba-relógio prestes a explodir, diz Ibama

(Foto: Ibama)

Manaus (AM) – O lixão de Parintins, acordado pela prefeitura e pelo Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) para ser fechada em 2021, a Lixeira Pública Municipal não tem mais capacidade para continuar recebendo resíduos sólidos e representa um risco para a sociedade, uma vez que podem gerar contaminação e resultar em doenças.

A constatação é do superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Joel Araújo, em viagem a Parintins. Segundo Joel, a lixeira, que faz fundo com a Centro de Ensino Superior de Parintins da Universidade do Estado do Amazonas (CESP-UEA), no bairro Dejard Vieira, alcançou a capacidade operacional e há o risco de que o lixo transborde para as ruas da cidade.

Joel sugere que sejam criados mecanismos para solucionar o problema a fim de evitar o acometimento de doenças à população e a contaminação do abastecimento de água.

“São 30 anos sem solução e um monstro no meio da cidade, uma bomba – relógio em vias de explodir. A saída é a criação de planos de gestão integrados e sustentáveis dos resíduos sólidos com a democratização das decisões, geração de emprego e renda. Em Parintins a lixeira não comporta mais lixo”, afirmou Joel.

 

TAG não deu em nada

O Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), assinado pelo prefeito Bi Garcia (UB), o diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Juliano Marcos Valente e pela então presidente do TCE, Yara Lins, em 2019, dava o prazo de 24 meses para o encerramento do lixão.

Em caso de descumprimento, o TAG seria rescindido e a prefeitura seria multada em até R$ 64 mil pelo TCE, sem contar com as penalidades administrativas, proporcionais ao dano ambiental causado, a serem aplicadas pelo Ipaam.

Festival prega a defesa da natureza

A cidade de Parintins é conhecida mundialmente pelo Festival dos bois Garantido e Caprichoso, que têm em suas apresentações toadas e histórias voltadas para a preservação da natureza e a defesa dos povos indígenas e ribeirinhos.

Durante as apresentações, as torcidas das duas agremiações, além de compor como item da disputa, são responsáveis por recolher os resíduos produzidos durante a festa.

O bumbá da galera que mais destinar corretamente resíduos para a reciclagem, durante os três dias de festa, recebe dinheiro do governo para investir em ações de sustentabilidade na agremiação, além do título de Campeão Sustentável do 56º Festival Folclórico de Parintins.

Porém, fora dos três dias e noites do Festival, o município padece, como outras cidades do país, com a falta de saneamento e infraestrutura.

Questionada pelo Portal AM1 sobre alguma proposta para acabar com o lixão e como uma cidade pequena não consegue fazer o manejo correto dos resíduos sólidos, tampouco coleta seletiva, a Prefeitura de Parintins não respondeu até a publicação da matéria.

Os questionamentos foram enviados para o e-mail [email protected], para o Instagram oficial da prefeitura e para a assessoria de imprensa.

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