Manaus, 27 de abril de 2024
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Cenário

‘Lula está dificultando a CPMI por medo do que pode ser descoberto’, diz líder da direita no Amazonas

O governo Lula vem oferecendo cargos e emendas parlamentares para tentar barrar a instalação da comissão no Congresso

‘Lula está dificultando a CPMI por medo do que pode ser descoberto’, diz líder da direita no Amazonas

STF julga denúncias contra mais 250 envolvidos. (Foto: Divulgação)

BRASÍLIA – Na visão do representante da Direita Amazonas, Anderson Rodrigues, as dificuldades impostas pelo governo federal para barrar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que tem o objetivo de apurar os atos de vandalismo ocorridos no dia 8 de janeiro, em Brasília, estão relacionadas ao “medo da descoberta de pessoas infiltradas pelo Executivo nos atos de depredação”.

Na última semana, informações de bastidores, divulgadas em noticiários nacionais, apontaram que o governo Lula estaria oferecendo cargos e emendas parlamentares para que congressistas não assinem ou retirem seus apoios na instalação da comissão.

“A gente quer muito que essa CPMI seja instalada, esse é um sentimento da direita. Houve muitos esforços, mas agora a gente consegue ver que o governo federal está sendo bastante resistente e contra. O que cobramos é somente a transparência”, disse.

A liderança da direita amazonense ainda desabafou, afirmando sobre a presença de pessoas infiltradas durante os atos.

“Nós sabemos que o que houve em Brasília foi um ato promovido por pessoas que foram infiltradas na manifestação que estava pacífica, causando toda aquela destruição e também causando para a direita essa imagem negativa, de um povo agressivo, quando na verdade, a característica do povo de direita é ser um povo unido – que preza pelo respeito e organização. Jamais partiria de um conservador depredar um órgão que seja público ou privado de alguém”, completou Anderson, afirmando que, atualmente, não há mais nenhum amazonense preso.

Para Douglas Macambira, secretário do Instituto Ajuricaba, considerado o maior instituto liberal da Região Norte do Brasil, “é no mínimo estranho” o governo se opor a uma investigação que preza pelo bem público.

“Olha, longe de mim querer acusar, mas é no mínimo um pouco estranho o porquê de o governo estar tentando retirar nomes de uma CPMI que vai apurar as depredações ao patrimônio público. A gente quer que tenha a investigação, que os dois lados sejam ouvidos e que seja feita a justiça”, afirmou Douglas Macambira.

Do outro lado, a esquerda tenta, além da oferta de cargos e dinheiro, apoiar a instalação de outras CPIs para esvaziar a investigação encabeçada pelos aliados de Jair Bolsonaro. Os argumentos sobre o bloqueio por parte do executivo seriam que a CPMI poderia tumultuar o ambiente político no Congresso e prejudicar a tramitação de propostas de interesse do Planalto, como a reforma tributária.

No parlamento, o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) afirma que falta apenas a leitura da proposta da comissão em uma sessão do Congresso Nacional para que ela saia do papel.

“A CPMI já existe. Assinatura de parlamentares bem acima do necessário. Temos quase 190 assinaturas de deputados e mais 33 de senadores, então estamos bem além da necessidade mínima. O Governo Lula não quer, de jeito nenhum e, logicamente, porque tem alguma coisa a ver”, afirmou o deputado, ressaltando, ainda, que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cometeu crime ao “aprisionar inocentes”.

“Chegou a hora de mostrarmos para o Brasil e para o mundo que um juiz cometeu crime”, disse Chrisóstomo.

O coronel ainda declarou que ficou surpreso ao acompanhar nos noticiário que o governo Lula chegou a oferecer R$ 60 milhões e cargos no segundo escalão: “Uns quatro se venderam, mas continuamos íntegros”, finalizou.

No hall dos deputados que retiraram suas assinaturas, estão: Célio Silveira (MDB-GO); Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) e José Nelto (PP-GO). Além deles, integrantes da oposição também cederam, como foi o caso do deputado Pastor Gil (PL-MA).

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