Manaus, 1 de junho de 2024
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Brasil

Após perder filha de 8 anos para a Covid, mãe se desespera e pede vacina para crianças

'Eu creio que, se ela tivesse tomado, poderia ter pego, mas não desse jeito. Tem que liberar essas vacinas para as crianças', afirmou

Após perder filha de 8 anos para a Covid, mãe se desespera e pede vacina para crianças

Foto: Reprodução

Guarujá, SP – Ana Luísa dos Santos Oliveira, de 8 anos, morreu no último dia 12 de dezembro por complicações da covid-19. Ela passou um mês internada na UTI do Hospital Guilherme Álvaro, em Guarujá, em São Paulo, além de ter sido intubada. A mãe dela, a vendedora Valkíria Alice dos Santos, de 39 anos, acredita que a filha poderia estar curada caso tivesse se vacinado contra a covid-19.

No Brasil, a vacinação contra o coronavírus está liberada apenas para adolescentes a partir de 12 anos. No entanto, a Anvisa autorizou a aplicação da dose da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos, mas a decisão ainda está em analise do governo federal.

“Eu creio que, se ela tivesse tomado, poderia ter pego, mas não desse jeito. Seria fraco, e não tão agressivo do jeito que foi. Tem que liberar essas vacinas para as crianças”, afirmou a mãe da criança. A vendedora ainda comentou que a filha não tinha diagnóstico de comorbidades, e mesmo quando contraiu a doença, acreditou que o vírus não teria tanta força no organismo.

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“A única coisa que ela tinha era rinite alérgica. Ela era gordinha, mas era uma criança saudável, não tinha diabetes, não tinha colesterol, brincava normal, estava indo à escola. Eles falaram ‘mãe, devido a ela ser gordinha, pode ter sido um fator que contribuiu para ela não conseguir a cura'”, disse.

A suspeita é que a filha tenha contraído a covid-19 na escola, após a liberação para o retorno das aulas presenciais. “Por que aconteceu com a minha filha? Ela era muito cuidadosa. Creio que, se estivesse vacinada [seria diferente]. As crianças precisam, acham que não pegam, mas elas pegam, sim”, desabafou.

A mãe comentou que a filha era muito cuidadosa e tinha receio de pegar a doença. Por essa razão, ela tinha atenção com as medidas de segurança. “Tinha uma bolsinha só com a máscara, álcool em gel, lavava a mão, chegava da escola e tomava banho. Não era aquela criança que não queria usar. Quando ela ficou dodói, falou ‘mãe, estou com Covid-19?’. Falei que estava, mas que ela ia ficar boa. Ela era bem calma, não se desesperou, mas Deus quis levar ela, meu anjinho”, lamentou.

Valkíria apela para que os pais tenham atenção com as crianças com covid-19, pois também não acreditava na potência do vírus no organismo das crianças. “Eu também pensava, os sintomas nem apareceram, e quando fui ver, já tinha tomado conta dela. Eu não demorei para correr com a minha filha para o hospital, fui na hora certa, e o médico falou isso. Só que foi tão traiçoeira, foi muito rápido. Fiquem em cima das vacinas. Se funcionou para nós, vai funcionar para as crianças também”, disse.

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Ela contou que a filha não teve sinais de gripe, mas apresentou febre e indisposição. A mãe levou a menina para um hospital, o qual foi feito o diagnóstico de dengue, dias depois, a criança não melhorou, e a mãe retornou a unidade de saúde, quando recebeu a notícia de que poderia ser covid-19.

“Quando tirou o raio-X, viram que os pulmões dela estavam muito congestionados. Ela foi andando normal, mas a saturação dela estava muito baixa, e colocaram a gente em isolamento. Fiquei com ela junto na Unidade de Terapia Intensiva [UTI] do Hospital Guilherme Álvaro, intubaram ela, tentaram de tudo, foi um mês de muita oração, muita fé, mas Deus recolheu ela”, relembrou.

“Depois de um tempo, ela intubou, aí tiraram, ela deu uma boa melhorada, depois o período de Covid-19 passou e veio uma infecção em decorrência da doença. Muito remédio forte, não sei se poderia ter ficado com sequela, o médico disse que poderia, foi muita medicação, saturação muito baixa, chegou a 11. Dentro desses altos e baixos, eu lá junto. Ela estava sofrendo muito, Deus quis recolher a minha pequena. Agora que estou assimilando, mas é tudo muito estranho para mim”, contou.

Além de Ana Luísa, outras duas crianças menores de 12 anos morreram vítimas da covid-19 no Guarujá, desde março de 2020.

(*) Com informações do G1

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