A capital amazonense registrou mais 118 mortes nessa segunda-feira, 27, e a projeção para o próximo mês é de que esses números possam chegar a 4.260 enterros. Diante da alta demanda nos cemitérios de Manaus, até esta terça-feira, 28, os caixões estavam sendo enterrados em sistema de camadas, indicando a falta de espaço para as covas.
Durante a manhã desta terça, após a insatisfação de muitas famílias, a Prefeitura de Manaus modificou a forma dos sepultamentos no cemitério Público Nossa Senhora de Aparecida, no Tarumã, e os caixões passaram a ser enfileirados em trincheiras.
A equipe do Amazonas1 esteve no cemitério, na manhã desta terça,28, e presenciou cinco sepultamentos, já sendo realizados em trincheiras. De acordo com as informações de familiares, nenhuma morte foi causada pela Covid-19.
João Costa, 43, foi uma das pessoas que perdeu um familiar nesta semana. Ele teve que enterrar o corpo da mãe de 77 anos, que morreu vítima de pneumonia: “Levamos minha mãe ao João Lúcio por causa de uma infecção urinária, mas com o tempo, a pneumonia que ela tinha se agravou. Iriamos enterrá-la ontem, mas tava uma confusão aqui (no cemitério), porque estavam colando um caixão em cima do outro”, contou.
Outras pessoas, que preferiram não se identificar , também mostraram insatisfação quanto à forma com que os corpos estavam sendo enterrados. “Por que não compram um espaço maior, o governo tem tanto dinheiro, as pessoas não merecem ser enterradas de qualquer jeito”, disseram.
Para atender a alta demanda, o município firmou uma parceria com um crematório e o serviço já está sendo oferecido às famílias. “Caso a família assine a autorização, irá ao posto de atendimento do crematório, localizado no próprio local, para fazer o agendamento. A urna ficará na câmara do cemitério até o momento do deslocamento para o crematório”, disse em nota.
Levando em consideração a estimativa para o próximo mês, o Amazonas1 questionou a Prefeitura sobre a capacidade dos cemitérios de Manaus, e sobre novas alternativas para atender a demanda de sepultamentos, mas até o momento, não obteve resposta.
Segundo a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), apenas 10% do total de mortes tem como causa a Covid-19. Outras doenças como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) mostram-se, também, como causa (principal) das mortes.
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Boletim de sepultamentos
De acordo com dados da Secretária Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), dos últimos 118 óbitos registrados , 31 foram em domicílio e nove famílias optaram pela cremação, sendo realizados 109 sepultamentos.
Entre as causas de morte, dez apresentaram confirmação para a Covid-19, 30 foram registradas como causa desconhecida, mal definida ou indeterminada, outras 47 tiveram no atestado: ‘síndrome ou insuficiência respiratória’, entre outros fatores.
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