(Foto: Divulgação / Câmara dos Deputados)
BRASÍLIA, DF – O deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) se pronunciou nas redes sociais após ser destituído do cargo device-presidentente da Câmara, nesta segunda-feira (23). Ramos travou, nos últimos meses, uma série de embates com o presidente Jair Bolsonaro, que vai desde a aprovação do ‘fundão’ até a redução de incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM).
O deputado afirmou que chegou a sofrer chantagem para deixar de criticar Bolsonaro. “Alguns achavam que me chantageavam quando sugeriram meu silêncio nas críticas ao presidente e na defesa do Amazonas para que não me retirassem da vice-presidência da Câmara em um gesto ilegal, arbitrário e antidemocrático. Não me conhecem!”, escreveu.
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O deputado federal perdeu o cargo porque deixou o PL, partido pelo qual foi eleito vice-presidente da Câmara, por não aceitar a filiação de Bolsonaro à sigla.
Veja:
Pressão
No último dia 12, em live nas redes sociais, Bolsonaro citou Marcelo Ramos e defendeu que ele deveria perder o cargo, uma vez que mudando de partido ele deveria sair de sua função, a vaga pertence ao partido conforme o regimento interno.
“Bem, o deputado que saiu entrou na Justiça e caiu nas mãos de quem? Alexandre de Moraes. E eu nunca vi uma interferência dessa forma junto ao Legislativo. Um absurdo”, declarou o presidente.”
Após ser destituído, Ramos relembrou do episódio. “Pressão do PL, não. Pressão do Presidente da República que deu uma ordem ao Presidente da Câmara por uma live”, escreveu no Twitter.
Rusga antiga
Desde o início da pandemia de covid-19, Marcelo Ramos fez duras críticas a Bolsonaro pela forma como o presidente conduzir as ações do governo federal na pandemia. “Nenhuma decisão judicial e nem política, nem legislativa, tirou o dever de planejamento e coordenação do Governo Federal em relação as ações de combate à Covid-19, mas sim a postura negacionista [de Bolsonaro]”, disse o deputado ainda em 2020.
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Nos anos seguintes, conforme o número de mortes pela doença aumentou, Ramos se tornou mais crítico a Bolsonaro. Já em julho do ano passado, ele trocou farpas com o presidente, após Bolsonaro atribuir a ele a responsabilidade pela aprovação do Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões para as eleições de 2022.
Neste ano, o deputado federal fortaleceu seu papel de oposição ao presidente após o Governo Federal reduzir de forma linear as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), atingindo negativamente a Zona Franca de Manaus (ZFM).
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