Manaus, 3 de maio de 2024
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Manaus, 3 de maio de 2024

Economia

Mercado de bicicletas busca equilíbrio em período pós-pandêmico

Indústria de bicicletas vem detectando mudanças de mercado, principalmente a preferência por modelos híbridos e mountain bike

Mercado de bicicletas busca equilíbrio em período pós-pandêmico

Indústria se adequa às necessidades de quem usa bicicletas para locomoção ou lazer (Foto: Marcelo Casall Jr./Agência Brasil)

Manaus (AM) – Recuperação de mercado e produção do setor fabril são bandeiras para esse período pós-pandêmico. Não é diferente para a indústria de bicicletas no Polo Industrial de Manaus (PIM). Se houve alta na procura por bikes por conta do isolamento, com o afrouxamento das restrições de segurança sanitária (e a volta da lotação no transporte coletivo), a demanda vem caindo, tanto em vendas como em produção, provocando uma onda de ajustes no setor.

Mesmo com os números subindo mês a mês em 2023, a produção de bicicletas é menor do que o registrado no período pandêmico e no primeiro momento pós-pandemia, por exemplo. A indústria de bicicletas instalada no PIM produziu 134.988 unidades no primeiro trimestre deste ano, volume 26,2% inferior ao registado no mesmo período do ano passado (183.019 unidades), segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).

Novo cenário

Com isso, a indústria tenta se adequar ao novo cenário, explica Paulo Takeuchi, diretor-executivo da Abraciclo. “Acreditamos que ao longo dos meses, gradativamente, estes acertos sejam feitos, esperando que o segundo semestre proporcione um volume maior de produção. Ainda assim, sabemos que os números continuarão abaixo do registrado no ano passado”, ressalta.

A indústria já a alguns anos vem detectando essas mudanças de mercado, a preferência por modelos híbridos e principalmente a mountain bike que sempre pontua bem em produção e vendas.

“Para os próximos meses, continuamos com as perspectivas de ajustes na produção, principalmente para produtos de maior valor de mercado, produtos estes que também necessitam de ajustes de insumos”, afirma.

Já em agosto passado, a Abraciclo debatia esses ajustes de mercado e a nacionalização dos insumos, já que componentes como quadros, sistemas de câmbio, freios, suspensão, direção, selim e pneumáticos costumam vir de fornecedores estrangeiros.

“Nossa intenção é fomentar a industrialização deste segmento no Brasil, estimulando e promovendo a nacionalização de peças e componentes para aumentar a competitividade dos nossos produtos, não só no mercado local como também para atingirmos uma maior capacidade de exportação”, disse Takeuchi.

Mountain bike e elétricas em alta

Para quem não deixa de pedalar, seja como locomoção ao trabalho ou lazer, a indústria vem se adequando e busca atender a essa demanda. Nos três últimos meses a produção do modelo mountain bike (MTB) cresceu de forma exponencial.

Em janeiro foram produzidas 21.305 unidades de MTB no PIM. Esse número saltou para 25.005 em fevereiro e de acordo com os dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) março registrou 38.195 unidades produzidas.

A categoria elétrica, bastante procurada para locomoção e serviços de entrega (fortalecidos com a pandemia) segue em um bom ritmo. Em fevereiro foram 651 e-bikes produzidas.

Já em março, esse número foi de 1.074 unidades saindo das fábricas do PIM. Em março do ano passado, o número de elétricas foi de 530. Mas flutuações de mercado mantém o setor sempre alerta. “Conforme nossas estimativas os próximos meses continuarão sendo de ajustes, principalmente da demanda do modelo mix (elétrica e pedal)”, encerra Takeuchi.

Elétricas dominam varejo

Em 2022, o mercado das e-bikes bateu, pelo quinto ano consecutivo, recorde no histórico recente: a movimentação financeira gerada pelo segmento chegou a R$ 304,9 milhões, com crescimento de 5,4% em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike).

A associação projeta para o segmento em 2023 um crescimento da ordem de 19%, no cenário mais conservador, alcançando 53 mil unidades de bicicletas elétricas no país. No cenário otimista, o crescimento será de 27%, atingindo 57 mil unidades até o final de 2023.

“Todos os dados do mercado de bicicletas elétricas dos últimos anos mostram um cenário extremamente positivo. O crescimento é sólido e constante, passando praticamente incólume pelas crises de demanda e fornecimentos. Quanto mais pessoas usarem ou experimentarem uma bicicleta elétrica, mais o crescimento será exponencial. O boca a boca da boa experiência com uma bike assistida é o melhor marketing que temos ”, explica Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike.  

(*) Com informações das assessorias

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