Manaus, 6 de maio de 2024
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Política

Mesmo com escândalos, Lula diz ao JN que seu governo reforçou combate à corrupção

O petista não negou que houve corrupção nos escândalos do petrolão e do mensalão, mas se colocou como vítima da Lava Jato.

Mesmo com escândalos, Lula diz ao JN que seu governo reforçou combate à corrupção

(Foto: Reprodução/Twitter)

RIO DE JANEIRO – O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), terceiro presidenciável entrevistado no Jornal Nacional (JN), foi abordado inicialmente durante sabatina, desta quinta-feira (25), com perguntas sobre a Operação Lava Jato, que investigou crimes de corrupção no governo dele.

O jornalista William Bonner ressaltou, logo na primeira questão, que o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou as condenações de Lula e afirmou que ele “não deve nada à Justiça”, mas, em seguida, frisou que houve corrupção na Petrobras e escândalos envolvendo políticos do Partido dos Trabalhadores (PT).

O candidato então explorou ao máximo as suas vitórias na Justiça e os mecanismos criados no seu governo para combater a corrupção, como o Portal da Transparência, Constroladoria-Geral da União (CGU) e a lei anticorrupção.

“Foram todas medidas tomadas no meu governo, além de que o Ministério Público era independente e além do que a Polícia Federal recebeu no meu governo mais liberdade do que em qualquer outro momento da história”, ressaltou Lula.

No entanto, em 2007, Lula substituiu o comando da PF após sua voz ter sido gravada durante a Operação Xeque-Mate, que investigou a máfia dos caça-níqueis. Ele também realizou trocas no comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) porque deseja ter mais informações sobre as grandes operações.

Ainda na entrevista, o petista aproveitou para dizer que foi “massacrado” nos últimos cinco anos devido às acusações da Lava Jato e voltou a criticar o ex-juiz Sérgio Moro, que também foi apontado por Bonner como “parcial” durante as investigações.

“A Lava Lato ultrapassou o limite da investigação e entrou no limite da política, e o objetivo era o Lula, o objetivo era condenar o Lula”, disse o presidenciável.

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Segundo o candidato Lula, durante depoimento ao ex-juiz, ele disse: “Moro, você está condenado a me condenar, porque você permitiu que a mentira fosse longe demais”.

O petista afirmou que, caso ganhe as eleições, vai continuar “criando mecanismos para investigar qualquer delito que aconteça na máquina pública”.

Escândalos de corrupção

Embora Lula diga que fortaleceu os mecanismos de combate à corrupção, o fato é que nos governos petistas estouraram dois grandes escândalos: o mensalão e o petrolão.

O primeiro envolvia a compra de apoio no Congresso Nacional, durante o primeiro mandato de Lula, e o segundo era um esquema que envolvia cobrança de propinas de empreiteiras, evasão de dívidas, superfaturamento e lavagem de dinheiro.

Neste, os beneficiários eram políticos, partidos e funcionários da Petrobras. O esquema foi investigado pela Lava Jato. Em 2015, a Polícia Federal estimou perdas de R$ 42,8 bilhões na estatal devido às irregularidades investigadas pela operação.