Coari (AM)– Com alta desaprovação, o atual prefeito de Coari, Keitton Pinheiro (PP), abriu espaço para que o seu tio, Adail Pinheiro (Pai), aparecesse na lista de possíveis nomes para disputar as eleições municipais de 2024. O chefe do clã “Pinheiros” pode voltar ao poder após três anos inelegível.
Mesmo aparecendo em segundo lugar em pesquisa de intenções de votos, Adail pode dar continuidade ao reinado da família Pinheiro em Coari, que já dura décadas.
O ex-prefeito perdeu seus direitos políticos ao ser condenado por improbidade administrativa – ao contratar um funcionário por seis anos sem concurso público, na época que era prefeito do município.
No levantamento do Perspectiva Mercado e Opinião, divulgado na última semana, apontou o advogado Harben Avelar (Patriota) à frente de Adail, mas com pouco vantagem.
Ele é a primeira opção de 32,8% dos entrevistados – e também segunda opção de 9,7%, somados, os dados totalizam 42,5% de potencial de votos para o advogado.
Em seguida, aparece Adail – sendo primeira opção de 30,7% dos coarienses e 3,5% o têm como segunda opção, o que dá a ele o potencial de intenções de votos de 34,3%.
Ou seja, um possível cenário político já começou a se desenhar na cidade para acabar com o reinado dos Pinheiros ou dar continuidade a ele.
Coari é hoje o quinto maior colégio eleitoral do estado, com 51.739 eleitores, segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM).
Poder
Adail foi prefeito de Coari por três vezes, detendo todo o poder municipal para sua família e – mesmo longe dos palanques, continuou dentro da política, exercendo bastante influência na cidade.
O político conseguiu emplacar seus filhos, Adail Filho (Republicanos) na prefeitura de Coari e posteriormente na Câmara dos deputados – e Mayara Pinheiro (PRB) como deputada estadual já com segundo mandato.
Rejeição
Embora apareça em segundo lugar em potencial de votos, a pesquisa mostrou que Adail é o mais rejeitado entre os possíveis candidatos a concorrer nas eleições municipais do ano que vem.
Adail é rejeitado por 31,2% dos eleitores em Coari, somando a primeira e segunda opção. Robson Tiradentes Júnior aparece em segundo lugar (23,5%) e Zé Henrique em terceiro (22,8%).
Polêmicas
Em 2014, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) condenou Adail Pinheiro a 11 anos e 10 meses de prisão em regime fechado. Ele foi acusado de favorecimento à prostituição, além de improbidade administrativa e esquema milionário de fraudes em licitação.
Adail Pinheiro foi solto em 2018 e, em 2022, o Tribunal de Contas da União (TCE) decidiu que ele deveria devolver R$ 77 milhões aos cofres públicos municipais.
Dados
A pesquisa foi realizada no dia 29 de junho e foram entrevistados 320 pessoas. A margem de erro é de 5,5%, para mais ou para menos, com um grau de confiabilidade de 95,0%.
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