Manaus (AM) – Em debate realizado durante a campanha eleitoral para o governo estadual, no ano passado, o senador Eduardo Braga (MDB) – à época candidato a governador – afirmou que acabaria com a fila do Sistema de Regulação (Sisreg), o serviço de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Durante a réplica, seu adversário, o médico indígena Israel Tuyuka, então do PSOL, rechaçou a ideia: “Isso é impossível”.
Apesar das facilidades da tecnologia hoje – beneficiários do SUS podem acompanhar o agendamento de exames e consultas via aplicativo – a demora no atendimento ainda perdura. A dona de casa Dina Tavares enfrenta o problema há dez anos, quando foi diagnosticada com diabetes.
“Todas as vezes que precisei do Sisreg, dificilmente consegui um exame. Já requisitei procedimentos há três anos e nunca consegui fazê-los. Tenho exame de sangue, urina e fezes marcado para o dia 7 de julho”, relata.
A filha sofreu um acidente e aguarda atendimento com ortopedista há um ano. “Para mim, o sistema não vale quase nada”, afirma Dina.
No última dia 15 de maio, o neto dela, Arthur, sentiu dores no estômago e os médicos não souberam identificar a causa do problema. A mãe, Julia, decidiu recorrer ao Sisreg. Porém, foi informada que terá de aguardar dois meses para fazer um exame.
“Pedi que fosse de imediato, pois meu filho mal se alimentava, e a data que eles me colocaram foi um absurdo para um neném que tem 1 ano e 8 meses”, disse Julia.
O estado de saúde do pequeno Artur melhorou em função de remédios, mas faltam diagnóstico e tratamento adequado.
Demanda e oferta
No Amazonas, a regulação de atendimentos ambulatoriais é gerenciada de forma compartilhada entre a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) e a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
A primeira coordena a demanda e a oferta de procedimentos ambulatoriais de média e alta complexidade (consultas médicas especializadas e exames mais complexos) em policlínicas, fundações e hospitais.
A Semsa trata da demanda e oferta dos procedimentos ambulatoriais de média complexidade (consultas médicas especializadas e exames de apoio diagnóstico) dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) em policlínicas e Unidades de Saúde da Família (USFs).
“Mesmo com a existência dessas ferramentas de apoio para os usuários do SUS (aplicativos), a Semsa Manaus, por meio da parceria de suas equipes da Gerência de Regulação (GEREG) e do Departamento de Tecnologia de Informação (DTI), vem buscando melhorias no aplicativo Consulta SISREG Manaus e também no desenvolvimento de outros aplicativos ou sistemas que venham dar mais autonomia aos usuários e, assim, possibilitar cada vez mais o acesso às informações de forma segura, eficaz e mais facilitada”, informou a secretaria.
A SES-AM e a Semsa não informaram quantos pacientes aguardam por atendimento.
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