Manaus, 5 de maio de 2024
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Cenário

Militar exonerado pelo Exército atuou no Comando Militar da Amazônia

O militar exonerado, Hélio Ferreira, é um dos investigados na Operação Tempus Veritatis, que apura organização criminosa que planejou um golpe de Estado após as eleições de 2022.

Militar exonerado pelo Exército atuou no Comando Militar da Amazônia

(Foto: CMA_exercito)

Manaus (AM) – Um dos militares de alta patente investigados pela Operação da Polícia Federal (PF), o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, foi exonerado pelo Exército nessa quarta-feira (14). O tenente-coronel atuava como comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus. A portaria de exoneração foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Segundo o Portal da Transparência, a remuneração bruta em novembro foi de R$ 27 mil. A passagem do comando da 3ª Companhia de Forças Especiais, do Coronel Hiallyson Eller Gonçalves Cruz Landim para o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, ocorreu no dia 19 de dezembro de 2023.

Hélio Ferreira é um dos investigados na Operação Tempus Veritatis, que apura organização criminosa que planejou um golpe de Estado após as eleições de 2022. Conforme a PF, Helio fazia parte do grupo de militares, composto também pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; Fernando Cerimedo; Éder Lidsay Magalhães Balbino; Guilherme Marques Almeida; Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Tércio Amaud Tomaz.

O grupo era responsável por disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral nas redes sociais e grupos de mensagens. Segundo as investigações, o núcleo de desinformação atuava na produção, divulgação e amplificação de notícias falsas e de “estudos” sobre a falta de lisura das eleições presidenciais de 2022, bem como sobre supostos registros de votos após o horário oficial e inconsistências no código-fonte das urnas.

As ações tinham a finalidade de encorajar a permanência de grupos antidemocráticos na frente dos quartéis com o intuito de criar ambiente propício ao golpe de Estado.

Ligação do CMA com golpistas

Em Manaus, o grupo permaneceu na frente do Comando Militar da Amazônia (CMA), com a conivência dos militares, segundo as investigações, o que levou os investigadores a apurar as responsabilidades de militares de alta patente.

Alguns documentos da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas e da Procuradoria-Geral do Estado enviados à Casa Civil e ao Judiciário, após a retirada dos manifestantes, apontam apoio do CMA aos manifestantes. Os integrantes do ato golpista teriam sido recebidos pelo CMA antes de a Polícia Militar (PM) cumprir a ordem de retirada pelo STF.

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