Manaus, 17 de maio de 2024
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Manaus, 17 de maio de 2024

Cidades

Ministério da Saúde libera uso de protocolo para tratamento de raiva humana

Ministério da Saúde libera uso de protocolo para tratamento de raiva humana

HOSPITAL TROPICAL

HOSPITAL TROPICAL

O Ministério da Saúde (MS) autorizou, nesta terça-feira (21), a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), a utilizar como tratamento da menina de 10 anos, que está internada na unidade com encefalite viral, o protocolo de “Milwaukee”. Também conhecido no Brasil como “Protocolo de Recife”, o procedimento consiste em um tratamento experimental para raiva em seres humanos.

“É um protocolo de procedimentos com uso de antivirais para tratar paciente com encefalite provocada pelo vírus da raiva. Não temos ainda a confirmação via exames, mas não precisamos disso para aplicar o tratamento. Mesmo não sendo confirmada a raiva, aguarda-se ação dos medicamentos por se tratarem de antivirais”, afirma o infectologista da FMT-HVD, Antonio Magela, que está acompanhando o caso.

O tratamento será feito com dois antivirais, a biopterina e a amantadina, enviados pelo MS nesta terça-feira e que deverão chegar nesta quarta (22/11) a Manaus para serem utilizados de imediato na paciente que está em coma na unidade. Segundo Magela, o protocolo conta ainda com o uso de sedativo, que neste caso não será necessário, tendo em vista o estado de coma da paciente.

De acordo com o infectologista, o tratamento é responsável pelos três únicos casos de cura de raiva humana registrados no mundo – o primeiro de uma norte-americana; o segundo de um adolescente de Recife, que contraiu raiva após ser mordido por morcego e um terceiro caso de cura na Colômbia. Em comum está o mesmo tratamento.

Entenda o caso

A menina, que está internada desde o dia 17 de novembro na FMT-HVD, veio da Comunidade de Tapira, no Rio Unini, no município de Barcelos. Um rapaz de 17 anos, que faleceu na quinta-feira (16/11), no Pronto-Socorro 28 de Agosto, também está sendo investigado pelas autoridades sanitárias do Estado. Um terceiro caso da mesma comunidade, um homem de 44 anos, que também está no hospital da Fundação, teve resultado de exame de liquor descartado para encefalite viral.

Uma das hipóteses da encefalite viral detectada em dois dos três pacientes é para a raiva humana, com base na evolução dos sintomas e o histórico dos pacientes para mordida de morcego. Porém, a investigação trabalha com outras hipóteses de infecção por arbovírus comuns em área de floresta. Na comunidade, de onde vieram os pacientes, há registros de pessoas mordidas por morcegos.