Brasília/DF – O ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro e ex-juiz da operação Lava Jato, Sergio Moro, fez várias críticas ao ex-presidente Lula e disse que o petista ‘flerta com o autoritarismo’. A declaração foi dada em entrevista ao Jornal da CNN, nessa terça-feira (23).
Sobre o rigor credenciado ao ex-juiz em relação às conduções na operação Lava Jato, Moro destaca que não tem animosidades pessoais com o ex-presidente Lula, e que os resultados da operação foram respaldadas pelo Judiciário.
“O ex-presidente insistiu na sua candidatura quando estava inelegível, no fundo ele foi poupado de uma derrota. Mas a grande recessão de 2014 e 2016 estava na memória. As sementes dessa recessão foram plantadas pelo governo Lula; eu não acredito que o ex-presidente, mesmo se tivesse em liberdade, tivesse ganhado aquelas eleições. Tanto que usou um candidato que usava máscara com sua cara e perdeu”, afirmou Moro, referindo-se à candidatura de Fernando Haddad (PT) em 2018. Haddad acabou derrotado no segundo turno por Jair Bolsonaro.
Para Moro, Lula não teria vencido as eleições de 2018 mesmo se tivesse tido a oportunidade de se candidatar.
“Acho preocupante quando se flerta com o autoritarismo, quando se tem alguém que quer ser candidato a presidente e fica elogiando Cuba, os presos políticos que existem em Cuba, minimizando restrições à liberdade; quando fica elogiando a Nicarágua que acabou de passar por eleições onde foram presos por motivos políticos os adversários, acho que a gente tem razão para se preocupar”, disse Moro.
Em entrevista ao jornal El País, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou a ditadura de Daniel Ortega na Nicarágua. Na fala, ele comparou o tempo em que o ditador e a chanceler alemã Angela Merkel estão no poder, mas afirmou que Ortega errou se mandou prender opositores.
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“Acho muito preocupante que não tenhamos clareza nas credenciais democráticas nas intenção de um candidato à Presidência da República, seja aqui na extrema-direita ou infelizmente como tem aqui no Brasil também, na extrema-esquerda”, declarou Moro à CNN.
(*) Com informações da CNN
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