Manaus, 16 de maio de 2024
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Cidades

Evandro Melo diz que Mouhamad usou doença de sua mulher para se aproximar dele

Em depoimento à Justiça Federal nesta terça, 6, irmão do ex-governador José Melo diz que não tinha qualquer relação com o médico, mas confirma que ele ia à sua casa

Evandro Melo diz que Mouhamad usou doença de sua mulher para se aproximar dele

Evandro Melo, irmão do ex-governador José Melo, ao chegar à sede da Justiça Federal, em Manaus, para depor (Foto: Carlos Bolívar/Amazonas1)

O ex-secretário de Administração Evandro Melo, irmão do ex-governador José Melo e réu na Operação Maus Caminhos, disse em depoimento nesta terça-feira, 6, na Justiça Federal, que não mantinha qualquer relação com o médico Mouhamad Moustafá, apontado como o líder do esquema que desviou cifras milionárias da saúde do Amazonas.

Evandro, José Melo, a ex-primeira-dama, Edilene Oliveira, a então servidora pública comissionada da área da Saúde, Ana Cláudia Siqueira foram ouvidos em depoimentos na 4ª Vara Criminal da Justiça Federal do Amazonas pela juíza federal Ana Paula Serizawa. À tarde, foi a vez do depoimento do ex-secretário executivo adjunto do Fundo Estadual da Saúde, José Duarte dos Santos Filho, e de Keytiane Evangelista.

Num depoimento contraditório, Evandro Melo disse, em seguida, que Mouhamad ia à sua casa para verificar a saúde de sua mulher, que sofre de uma doença rara. “Ele ia por conta da Graça, minha esposa. Depois para tentar discutir questões como contrato, débito e eu dizia para ele que essas questões tinham que ser discutidas com cada secretário”, revelou o ex-secretário.

Questionado mais uma vez pelo representante do MPF se essa aproximação do médico seria com a intenção de conseguir vantagens para a empresa dele, se aproveitando até da condição de saúde de sua mulher, Evandro respondeu: “Isso, tenho certeza que foi”.

‘Não sabia que não podia ir lá’

Já em seu depoimento à juíza Ana Paula Serizawa, a ex-primeira-dama Edilene Oliveira tentou explicar o motivo pelo qual foi ao box da empresa “Para Guardar”, onde tinha material guardado. Edilene é acusada de tentar obstruir as investigações da Operação Maus Caminhos e de destruir provas.

A justificativa da esposa de Melo para ir à empresa três dias depois da Polícia Federal (PF) ter ficado com a chave do box alugado por ela, após cumprir o mandado de busca e apreensão, foi porque ela precisava de cera para utilizar na microempresa de depilação da qual é proprietária. “É o meu produto principal de trabalho e em dezembro eu faço 100%. Não posso ficar sem trabalhar porque é no shopping e posso ser multada. Mas não sabia que não podia ir lá (na Para Guardar)”, disse.

Ainda conforme a depoente, cada um dos cinco potes pesa um total de 20 quilos. Questionada pelo representante do Ministério Público Federal (MPF) se ela carregou esse peso todo sozinha ela explicou que estava acompanhada do irmão e funcionário dela e de um primo, além disso, ressaltou que ficou apenas na recepção e não chegou a ir ao box. “Quanto não tem a chave apenas o titular pode ter acesso”, completou a depoente.

“Minha demanda caiu na empresa depois que a PF foi lá (na clínica de depilação de sua propriedade). Fui muito prejudicada depois que fui presa. Hoje o material fica na cozinha da minha casa”, disse a Edilene sobre onde guarda a demanda de sua empresa.