Manaus, 18 de maio de 2024
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Manaus, 18 de maio de 2024

Cidades

‘Não defendo nacionalidade de médico; defendo médico presente’, diz Josué

‘Não defendo nacionalidade de médico; defendo médico presente’, diz Josué

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE/AM), deputado Josué Neto (PSD), questionou nesta quarta-feira, 20, se a extinção da relação com Cuba é mais importante do que a presença de médicos nos municípios do interior do Estado. 

Na tribuna, Josué Neto alerta sobre as graves consequências da falta de médicos no interior do Amazonas (ALE/AM)

Josué fez o questionamento referindo-se às vagas em aberto desses profissionais de Saúde, no Amazonas, que totalizam 216 vagas, prejudicando pelo menos 600 mil pessoas. O presidente da República, Jair Bolsonaro, entrou em conflito diplomático com o país cubano e, em represália, os profissionais do programa “Mais Médico” deixaram o país.

Em seu pronunciamento, Josué Neto afirmou que a falta de médicos principalmente na zona rural e áreas indígenas é uma preocupação, já que os moradores estão sem os profissionais há três meses. Ele informou que a Assembleia Legislativa vai atuar junto ao governo do Estado para buscar soluções para o problema.

“O que será mais importante, a extinção dessa relação com Cuba ou médicos presentes na zona rural e nas áreas indígenas? Não defendo nacionalidade de médico; defendo médico presente”, disse o deputado.

E completou. “O profissional do ‘Mais Médicos’ não diz que é cubano, ele diz que é ‘Mais Médicos’ e hoje ele é sinônimo de ausência e esse é um dos serviços que os nossos amazonenses mais precisam.”

Ausência preocupa

Durante a sessão plenária, Josué Neto concedeu uma cessão de tempo ao secretário do município de Tapauá e presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Amazonas (Cosems-AM), Januário Neto, que discorreu sobre o problema de ausência dos médicos no interior.

Januário explicou que desde o dia 14 de novembro do ano passado, o Governo cubano rescindiu a parceira com o Governo brasileiro, retirando 322 médicos de 58 municípios do Amazonas e que o déficit ainda hoje é de 216 vagas.

Eixos de atuação

“O primeiro edital recebemos com muita esperança a inscrição de 318 médicos para 322 vagas, mas infelizmente somente 108 se apresentaram e hoje temos apenas 104 médicos realmente trabalhando e ocupando as vagas em aberto”, explicou.

Segundo dados do Cosems-AM, nos municípios de Boa Vista do Ramos, Japurá, São Sebastião do Uatumã, Santo Antônio do Içá e Santa Isabel do Rio Negro estão os casos mais alarmantes.

O secretário lembrou ainda a base do programa ‘Mais Médicos’, que segundo ele é formada por três eixos. O primeiro é a alocação imediata de profissionais para lugares inóspitos.

Já o segundo é a criação do maior número de vagas do curso de medicina em universidades públicas e por fim a melhoria da estrutura física das unidades básicas de saúde.  

(*) Com informações da Assessoria de Imprensa