Manaus, 6 de maio de 2024
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Política

‘Não precisamos plantar milho e criar gado na Amazônia’, diz Lula no JN

O petista chegou a dizer que o agronegócio que desmata é "fascista e de direita".

‘Não precisamos plantar milho e criar gado na Amazônia’, diz Lula no JN

(Foto: Reprodução)

RIO DE JANEIRO, RJ – Durante entrevista ao Jornal Nacional, nesta quinta-feira (25), o candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou o agronegócio na Amazônia e defendeu a exploração sustentável da biodiversidadade da região.

“O atual presidente tinha um ministro do Meio Ambiente que dizia que era para invadir com a boiada, para desmatar a Amazônia. Nós não precisamos plantar milho, soja ou cana e criar gado na Amazônia”, disse Lula.

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A declaração foi uma resposta a jornalista Renata Vasconcellos sobre a rejeição que o petista tem do setor agro. Segundo Lula, isso se deve a sua “política em defesa da Amazônia, do Pantanal, da Mata Atlântica”. “A nossa luta contra o desmatamento faz com que eles sejam contra nós!”, afirmou.

O petista falou em um “agronegócio que é fascista e de direita”, ao relacionar as atividades econômicas do setor ao desmatamento, mas defendeu os empresários que pruduzem com responsabilidade.

Contradição

Apesar do forte discurso sustentável no JN, o fato é que durante seu governo, Lula autorizou a construção das usinas Jirau e Santo Antônio, que formam o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, em Rondônia (RO).

Em 2007, um parecer do Ibama sustentou que as obras no Rio Madeira não possuíam “viabilidade ambiental”. Um dos motivos era que as construções afetariam os bagres, popularmente conhecidos como peixes-gato. 

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Lula chegou a verbalizar sua insatisfação com o atraso do licenciamento ambiental, com a famosa frase: “Agora não pode por causa do bagre, jogaram o bagre no colo do presidente. O que eu tenho com isso?”.

Posteriormente, estudos comprovaram que as obras causaram vários impactos sociais, econômicos e ambientais na região amazônica.

Durante a operação Lava Jato, o empresário Emílio Odebrecht revelou que houve, entre políticos e um ministro de Lula, uma operação chamada “Projeto Madeira”, cujo objetivo era reverter os reveses causados pelo Ibama. Como recompensa, eles receberiam propina para as campanhas eleitorais.

O assunto não foi abordado na entrevista ao Jornal Nacional.