BRASÍLIA, DF – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse hoje que o encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha como objetivo mostrar que “podemos vir a ser adversários, mas não precisamos ser inimigos”. Para o tucano, o diálogo é muito importante para fortalecimento da democracia.
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“Foi um gesto de civilidade. Minha mensagem é: podemos vir a ser adversários, mas não precisamos ser inimigos nem jogar pedras um no outro”, disse FHC à coluna do jornalista Bernardo Mello Franco, do jornal O Globo.
Fernando Henrique disse, também, que nunca rompeu com o petista, mas que eles apenas seguiram “posições diferentes”. Ressaltou que ele mesmo não tem “nenhum propósito eleitoral”, mas que considera legítimo que Lula o tenha, já ele seria um “ser eleitoral”.
“Conversar não quer dizer concordar. Nunca fui favorável ao ‘nós e eles’. O Lula praticou o ‘nós e eles’ uma certa época. Mas não é o meu estilo, nem o dele”, garantiu. Na tarde de hoje, porém, FHC voltou a reafirmar a posição de que apoiará o candidato que o PSDB lançar. Disse também que apoiaria qualquer um que fosse opositor de Bolsonaro em um eventual segundo turno, até “mesmo o Lula”.
Repercussão
O encontro entre os ex-presidentes na casa do ex-ministro Nelson Jobim virou assunto na internet e entre políticos. Os dois já vinham trocando elogios há alguns dias. O presidente do PSDB, Bruno Araújo, criticou o almoço entre os dois. Para ele, a troca de elogios e a foto postada nas redes sociais ajuda a derrotar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas “mas não faz bem a um potencial candidato do PSDB”. Araújo defendeu que se evite “sinais trocados aos nossos eleitores”
Reafirmo, para evitar más interpretações: PSDB deve lançar candidato e o apoiarei; se não o levarmos ao segundo turno, neste caso não apoiarei o atual mandante, mas quem a ele se oponha, mesmo o Lula.
— Fernando Henrique Cardoso (@FHC) May 21, 2021
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